segunda-feira, 15 de abril de 2013

ELETROS DEVEM SUBSTITUIR DOMÉSTICAS

Folha de Pernambuco

A PEC das domésticas deve dar impulso ao consumo de eletrodomésticos “inteligentes” - com mais funções, ciclos de operação mais rápidos e silenciosos - e de no­­vas categorias de produtos, como a máquina de lavar louças. A expectativa de fabricantes de produtos de linha branca e eletroportáteis é que esses aparelhos se tornem mais atraentes às famílias que decidam por dispensar a empregada doméstica e comecem a assumir as tarefas da casa.

Essa tendência já vinha sendo verificada há alguns anos no Brasil, segundo a indústria, com o aumento do cus­­to do serviço doméstico. Agora, com a aprovação das novas regras trabalhistas, a perspectiva é que esse movimento se acelere. “Quando ha­via uma empregada disponível, produtos como uma lava-louça ou um ferro a vapor potente não eram prioridades”, diz Mário Fioretti, gerente-geral de design e inovação da Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid. “Agora, eles passam a ser vistos como itens de primeira necessidade”, acrescenta.

A principal aposta das fabricantes é no avanço das lava-louças, que tem um índice de presença baixo nos lares do país, de cerca de 10% do total, segundo as empresas. Mas há expectativa para outros segmentos - desde aspiradores de pó mais silenciosos e portáteis, que permitam a execução de tarefas simultâneas, como falar ao telefone, a máquinas de lavar roupas com acionamento automático e ciclos de atividade mais curtos (a mé­dia atual é de 2h). “A PEC das domésticas vai dar consistência a uma mudança de hábitos que vínhamos percebendo há algum tempo”, diz Marcelo Vienna, vice-presidente comercial da Mabe, das marcas Dako e Co­ntinental.

Além das máquinas de limpar louças, “carro-chefe des­sa transformação”, a companhia planeja acelerar a introdução de novos produtos nas áreas de lavanderia, como as máquinas que lavam e secam, e fornos que unem as funções de micro-ondas e elétrico. Uma característica que passará a ser mais valorizada é o baixo ruído dos aparelhos, diz Fioretti, já que boa parte das atividades deverá ser realizada no período da noite, após o trabalho. “Estamos trabalhando cada vez mais a tecnologia de ruído de nossos produtos”, contou.

Gastos
A sofisticação do consumo teria potencial para aumentar o gasto médio das famílias com eletrodomésticos no Brasil, que hoje é menos da metade do valor despendido em países ricos. A média brasileira é de US$ 175 por ano, ante US$ 450 nos Estados Unidos e em países da Europa. “Vai haver um ‘upgrade’ em várias categorias”, diz Lourival Kiçula, presidente da Associação dos Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros).

Um dos motivos, diz ele, é que o responsável pela casa passará a adquirir produtos para uso próprio, “sem medo de haver má utilização” por parte do empregado doméstico. No caso das lava-louças, além da necessidade trazida pe­­­la ausência de empregada, as fabricantes contam com a ampliação do portfólio para des­­­­­fazer a resistência ao produto.

Isso inclui o lançamento de aparelhos em diferentes tamanhos, que atendem famílias de dois a até 12 pessoas, e com funcionalidades importantes pa­ra a dona de casa.

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