terça-feira, 11 de junho de 2013

PESQUISA DIZ QUE 18% DAS PESSOAS FURTARIAM A EMPRESA

UOL

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (11) mostra que 18% dos profissionais brasileiros furtariam valores consideráveis da organização em que trabalham dependendo das circunstâncias. O dado faz parte da pesquisa "Perfil Ético dos Profissionais das Corporações Brasileiras", produzida pela ICTS - uma empresa de consultoria e serviços em gestão de riscos.

Entre os que furtariam dinheiro da companhia, a maioria era homem, não graduado, que atuava em funções operacionais. Os pesquisadores ouviram 3.211 pessoas em 45 empresas brasileiras.

Outro dado do levantamento mostra que 38% dos profissionais aceitariam suborno e 40% receberiam presentes para beneficiar um fornecedor dependendo das circunstâncias.

"Isso é preocupante, porque mostra que as pessoas têm uma visão mais flexível do suborno", afirma Renato Santos, executivo da ICTS e responsável técnico pela pesquisa.

Segundo o levantamento, 56% somente denunciariam atos antiéticos cometidos por colegas de trabalho se fossem incentivados. Mulheres e profissionais operacionais são os que tendem a hesitar mais na hora de denunciar um ato antiético.

Outro item mostra que um terço dos profissionais utilizaria informações confidenciais da organização para proveito próprio ou de terceiros. Nesse item, o pesquisador destaca: os mais flexíveis na utilização indevida de dados da companhia são os gestores. "Geralmente, as empresas estão bem atentas quanto à capacidade técnica e intelectual do empregado, mas não analisam o aspecto ético", afirma.

Perdas

O estudo ainda mostra que 80% dos profissionais têm potencial para não aderir ao perfil ético da organização e metade adotaria atalhos antiéticos para atingir metas. O resultado para empresas que não possuem medidas para evitar fraudes, afirma o especialista, é uma perda média de 7% na receita anual, além de poder gerar danos irreparáveis à imagem da companhia.

Para tentar evitar as perdas, Santos indica a adoção de programas com auditorias e ouvidorias externas, assim como cuidados  específicos na hora da contratação. "Uma das medidas que utilizamos são questionários que expõe o candidato a situações éticas. Primeiro, por exemplo, perguntamos se ele aceitaria suborno – e a maioria responde não. Em seguida, perguntamos o porquê ele não faria isso. Aí percebemos se é uma questão de princípios ou se ele demonstra alguma flexibilidade", destaca.

Para médias e pequenas empresas, que não podem pagar por ajuda externa, a dica é priorizar programas de prevenção a fraudes e incentivo à denúncia de atos antiéticos que tenham autonomia dentro da empresa, ou seja, que remetam diretamente ao CEO ou ao presidente. Isso evita que pessoas sejam favorecidas e que os denunciantes tenham medo de falar de atitudes suspeitas.

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