sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

DE LUTO, AMÉRICA DESOCUPA SUA SEDE, DE 1951

Blog De Primeira

São cerca de 160 troféus que serão armazenados em outro local pertencente ao América. Desocupação é um episódio triste no futebol pernambucano. (Foto: Peu RIcardo/Folha PE)
“Salve o América, campeão do centenário”. A frase que abre o hino oficial do América Futebol Clube não foi atendida. Após 100 anos de existência, o Mequinha teve a tarde mais triste de sua história. O adversário desta vez foi Justiça Federal, que impôs a maior derrota da história do clube, ao ordenar o despejo da sua própria sede, arremata em leilão realizado em 2012. Sem conseguir sucesso com uma liminar que impedisse a emissão de posse dada ao arrematante, que ordenava a saída até às 18h de amanhã (07) funcionários começaram a esvaziar o imóvel na tarde desta sexta-feira (06).

Com cerca de 160 troféus, várias relíquias do futebol pernambucano, o Campeão do Centenário – alcunha ganha pela conquista do Pernambucano de 1922, quando o Brasil comemorava 100 anos de independência de Portugal – deixa a sua casa, a sede na Estrada do Arraial, no bairro de Casa Amarela. O local foi inaugurado em 1951 e faz parte da história do futebol local, com todos os amantes da bola e simpatizantes do Mequinha sentindo bastante a perda.

Sede foi inaugurada em 1951 e foi arremata em leilão realizado em 2012. América ainda tenta reaver o terreno. (Foto: Peu Ricardo/Folha PE)
Ver toda aquela história ser empacotada e colocada num caminhão é de partir o coração de qualquer um, mesmo para a geração que não acompanhou os gloriosos tempos do América, na primeira metade do século passado.  Não menos sofrível foi acompanhar o sofrimento de um dos últimos americanos, Sandro Sérgio da Silva. Filho de Teófilo Sérgio da Silva, gerente de futebol clube 62 anos atrás.

“É a mudança mais triste da minha vida. Meu pai chegou como office boy do América e virou gerente. Ele me disse uma vez ‘você vai ser o meu sucessor no América’. Eu moro aqui desde os 12 anos e essa é minha casa. Depois de 32 anos, tenho que me despedir daqui, a minha casa e do América. Vou morar na antiga concentração do clube”, disse Sandro, torcedor, mascote e guardião dos troféus e da história do América Futebol Clube.

ESPERANÇA

Apesar da ordem “improrrogável” da juíza Ana Cárita Muniz de que o América desocupe o imóvel até às 18h deste sábado, fixando uma multa diária de R$ 5 mil caso isso não aconteça, os dirigentes do Alviverde ainda lutam para anular o leilão que resultou na venda da sede do clube. O problema é, mesmo com os americanos apontando várias irregularidades na ação, a justiça nunca deu ganho de causa para o Mequinha, sempre favorecendo o arrematante, a SGF Participações Limitadas, a mesma empresa que administra as lojas Eletro Shopping.

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