terça-feira, 25 de junho de 2013

ALAGOAS TEM MÉDIA DE 100 JOVENS MORTOS POR MÊS



A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) apresentou na manhã desta terça-feira (25) em entrevista coletiva, um relatório em que aponta os números da violência contra jovens em Alagoas. Os dados apontam que nos primeiros cinco meses de 2013 houve um aumento de 10% nos índices de assassinatos de jovens com idades entre 18 e 24 anos no estado.

Segundo o estudo, de janeiro a maio deste ano foram mortos 524 jovens em Alagoas, 54 vítimas a mais que no mesmo período do ano passado. Em números absolutos em 2012, foram 1.084 jovens assassinados. A média de jovens mortos em 2013 por mês está acima de 100, número considerado muito alto pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Daniel Nunes Pereira.

O estudo aponta ainda que Maceió e Arapiraca são as cidades mais violentas para os jovens em Alagoas.
Esse ano já foram assassinados 215 jovens na capital e 298 no interior do Estado. A arma de fogo é o principal instrumento empregado nos crimes, já que dos 524 homicídios, 460 foram praticados com arma.

O levantamento feito pela OAB aponta ainda que nos cinco primeiros meses deste ano o bairro que lidera o registro de homicídios de jovens em Maceió é o Tabuleiro do Martins com 35 mortes, seguido pelos bairros do Jacintinho (24) e Cidade Universitária (22) e Vergel do Lago (18).

Daniel Nunes ressaltou que o bairro do Benedito Bentes historicamente sempre liderou as estatísticas, mas agora aparece apenas na quinta colocação (17). "Isso é fruto dos investimentos que foram feitos no bairro nos últimos anos, com a implantação de bases comunitárias e ocupações do conjunto Carminha. As demais bases em Maceió não tiveram o mesmo sucesso porque não estão empregando a verdadeira filosofia do policiamento comunitário", criticou.

Políticas públicas

Para o presidente da comissão de Direitos Humanos, a solução para a verdadeira matança de jovens que ocorrem mensalmente em Alagoas é fruto da falta de políticas públicas para a faixa etária entre 18 e 24 anos. "Falta quadras de esporte, projetos culturais e lazer. É chocante, mas não tenho medo de afirmar que a única opção para o jovem alagoano hoje é beber cachaça. Não faltam bares na cidade", ressaltou.

Os integrantes da Comissão de Direitos Humanos destacaram que o governo não pode mais se furtar em aumentar os efetivos das polícias Civil e Militar. "Precisamos de homens para aumentar a ostensividade da PM e mais delegados, agentes e escrivães para dar celeridade aos inquéritos. Impunidade é o fracasso da lei. Policiamento não se faz apenas com câmeras, viaturas e armas, mas principalmente com homens", disse Daniel Nunes.

Sobre a diferença dos dados da OAB e do governo, Daniel Nunes explicou que a comissão usa não apenas os dados oficiais da Secretaria de Defesa Social, mas também de meios de comunicação, que são confrontados com os índices oficiais.

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