segunda-feira, 24 de junho de 2013

DICAS DE PORTUGUÊS

Sérgio Nogueira

VOCÊ SABE…

…se existe algum problema no fato de um político proferir uma breve alocução?

A princípio, só vejo um problema: por definição, toda alocução é breve. Em “breve alocução” temos o mesmo problema de “resumo sucinto”: a redundância. Basta, portanto, o político proferir uma alocução.

Redundância é sempre um assunto que atrai os nossos leitores.

Graças à sua contribuição, aí vai uma nova lista com exemplos variados:

Pergunta de repórter: “Como será seu futuro daqui pra frente?” Eu também gostaria de saber como será o seu futuro daqui para trás…

Lamento do povo: “A crise de energia atrapalhou as festas juninas de junho.” Sugiro que as festas juninas passem para outubro e que a Oktoberfest vá para junho do ano que vem…

Disse o alto executivo: “Como estava previsto anteriormente…”

Fácil é prever posteriormente. Prever é “ver antes”. Bastaria dizer: “Como estava previsto…”

Diz o ditado popular: “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Tenho certeza de que também ajudaria quem madruga. Afinal, nunca vi alguém “madrugar tarde”.

Afirmou o chefe: “Receber o salário dobrado é mais vantajoso”. “Menos vantajoso” é que não pode ser. Se realmente é vantajoso, o “mais” é dispensável: “Receber o salário dobrado é vantajoso.”

Euforia do narrador esportivo: “O estádio está totalmente lotado.” Ainda estou para ver um estádio “parcialmente lotado”. Quero saber qual é a diferença entre um estádio lotado e outro totalmente lotado? Só pode ser o entusiasmo no narrador…

De um outro narrador: “O zagueiro deu a bola de graça para o atacante adversário.” Se não fosse de graça, não tinha dado. Quem dá só pode ser de graça. Isso me faz lembrar aquelas propagandas que oferecem: “Ganhe grátis”, ou pior, “Ganhe inteiramente grátis”.

Revelou o diretor do presídio: “O que eles querem são celas individuais para cada um”. Pelo visto, o tal diretor só está oferecendo celas “individuais” para 50 presos…

Garantiu o repórter político: “Ele foi ex-ministro.” Por favor, salvem o repórter: ou “ele foi ministro” ou “ele é ex-ministro”.

Reclamava o empresário: “A estatal detém o monopólio exclusivo.” O tal empresário realmente está indignado, pois exagerou um pouco: se monopólio já é algo condenável na economia de mercado, que dizer de um “monopólio exclusivo”? É bom não esquecer que todo monopólio só pode ser exclusivo, pois “mono” significa “um”.

Por hoje, é só. Perdoem-me por não ter criado “novos” exemplos. Afinal, ninguém consegue criar “velhos” exemplos…

DICA


Formação do plural – Parte 1

Plural das palavras terminadas em “ÃO”            

1.A maioria muda a terminação “ão” em “ÕES”: anfitriões, balões,
botões, espiões, feijões, gaviões, limões, mamões, melões, zangões…
Neste grupo incluem-se todos os aumentativos: casarões, chapelões, dramalhões, facões, narigões, paredões, pobretões, vozeirões…

2. Um pequeno número de palavras muda “ão” em “ÃES”: afegães,
alemães, cães, capelães, capitães, catalães, pães, sacristães, tabeliães…

3. Um pequeno número de palavras acrescenta um “s” (=ÃOS):
cidadãos, cortesãos, cristãos, grãos, irmãos, mãos, pagãos, vãos…
Neste grupo incluem-se todas as palavras paroxítonas: acórdãos, bênçãos, órfãos, órgãos, sótãos…
Muitas palavras admitem duas ou até três formas de plural: alazães ou alazões; aldeãos, aldeães ou aldeões; anãos ou anões; anciãos, anciães ou anciões; artesãos (=artífice) ou artesões (=adorno arquitetônico); charlatães ou charlatões; cirurgiães ou cirurgiões; corrimãos ou corrimões; ermitãos, ermitães ou ermitões; faisães ou faisões; guardiães ou guardiões; refrãos ou refrães; sacristãos ou sacristães; sultãos, sultães ou sultões; verãos ou verões; vilãos, vilães ou vilões; vulcãos ou vulcões.

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