Folha de Pernambuco
Seis postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram desativados
emPernambuco. E a medida, de acordo com o órgão, é em caráter
definitivo. As unidades são, em suamaioria, situadas no Interior do
Estado. A decisão afetou as unidades de Ribeirão, Carpina e Quipapá, na
Zona da Mata, além de Salgueiro e Serra da Santa, no Sertão. Na Região
Metropolitana do Recife, o posto da cidade de Moreno foi fechado no
final do ano passado. Nessas áreas a situação é de abandono. Os espaços
antes ocupados por policiais rodoviários federais hoje estão vazios, com
grades enferrujadas e mato crescido. A escassez no efetivo é o
principal problema, de acordo com os policiais que atuam no Estado.
Hoje, 17 postos da PRF estão distribuídos por Pernambuco. “Não só aqui,
mais em toda a região metropolitana, a demanda é muito grande. E só
cresce. Enquanto que o nosso efetivo não. Isso impede que a gente atue
como deve. Ficamos sobrecarregados”, explicou o agente Ivan Moreira, do
posto da PRF de Igarassu.
No Sertão a dificuldade é a mesma. “São poucos postos, cada um com pouco
efetivo, para cobrir centenas de quilômetros. É impraticável. Se a
volante vai fazer a ronda numa região deixa a outra desamparada. O
território que cobrimos é imenso, e isso não é só a nossa realidade, mas
a de todos os postos no Sertão”, relatou o agente do posto da PRF de
Serra Talhada, que não quis se identificar.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de
Pernambuco (Sinprfpe), atualmente mais de três mil cargos estão vagos em
todo o País. “Estamos operando comomesmo efetivo há 21 anos. Oque
desencadeou esse dano foi a falta de um sistema regular de concurso
público”, apontou o diretor jurídico do Sinprfpe, Thiago Arruda.
A malha rodoviária do Estado é composta por 2.300 quilômetros. Arruda
explicou que não existe logística para atender a demanda. “Por dia
temos, em média, 60 policiais trabalhando. São 17 postos que não podem
ficar desguarnecidos. Então sobram 43 policiais para fazer as
fiscalizações em todo o Estado. Fazendo um cálculo simples, formamos 22
equipes com dois homens cada para percorrer mais de 100 quilômetros”,
observou, acrescentando que somente o posto da PRF de Garanhuns responde
por mais de 300 quilômetros.
O Núcleo de Comunicação Social da PRF reconheceu que o fechamento dos
postos foi necessário por conta da escassez de policiais. Eles
informaram que Pernambuco conta, nos dias atuais, com 400 policiais
rodoviários. Os critérios para a desativação teriam levado em
consideração a proximidade com outras unidades. “Um exemplo é o posto de
Moreno, que foi desativado levando em consideração que existem os
postos do Cabo, de Igarassu, de Gravatá e a própria delegacia
Metropolitana nas adjacências”, explicou a assessora de imprensa da PRF,
Marilene Malagodi.
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