Folhapress
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (31), em
segundo turno, a proposta que legaliza a prática da vaquejada no país.
Por se tratar de emenda à Constituição, o texto será agora promulgado.
Ou seja, entrará em vigor sem necessidade de sanção presidencial.
Foram 373 votos a favor e 50 contra nesta quarta, com 6 abstenções.
A
proposta coloca na Constituição a definição de que "não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais registradas como bem de natureza imaterial
integrante do patrimônio cultural brasileiro".
A polêmica em
torno das vaquejadas -em que vaqueiros montados em cavalos têm como
objetivo derrubar o boi, puxando-o pelo rabo- ganhou maior destaque em
outubro do ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu
por 6 votos a 5 a prática no Estado do Ceará, criando uma jurisprudência
para a vedação em outros Estados.
Nascida no sertão nordestino, a
vaquejada é frequentemente criticada por entidades defensoras dos
animais e é fonte frequente de ações judiciais. A Constituição Federal
proíbe que animais sejam submetidos à crueldade.
Sob o argumento
de que a prática não é cruel com os animais e que representa uma
importante atividade econômica e cultural no Nordeste, ganhou força no
Congresso um movimento para legalizar a prática. A primeira medida foi
incluir na legislação que as vaquejadas e rodeios são manifestações
integrantes do patrimônio cultural brasileiro, o que foi sancionado por
Temer.
Em fevereiro, o Senado havia aprovado a proposta de legalização das vaquejadas.
Apesar
da promulgação, o Congresso terá que aprovar uma lei específica com as
regras detalhadas para as vaquejadas e rodeios. Deputados afinados com
entidades de defesa dos animais afirmam ainda que houve um desrespeito à
mais alta corte do país e que a PEC será objeto de ação para que o STF a
considere inconstitucional.
"O Brasil está indo na contramão dos
países evoluídos, a gente está legalizando um esporte medieval", disse
Ricardo Izar Jr. (PP-SP).
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