quinta-feira, 1 de agosto de 2013

FACULDADE DE ARCOVERDE SOFRE COM A FALTA DE ALUNOS E AMEAÇA NÃO FORMAR PROFESSORES

Folha de Pernambuco

Um dos centros acadêmicos pioneiros do Interior do Estado está sofrendo com a falta de alunos. Há 40 anos, a Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (AESACESA) atua na formação de professores e já chegou a atender 58municípios de quatro estados. Esse número reduziu e, atualmente, a instituição possui pouco mais de mil alunos, de 29municípios, todos de Pernambuco.

Apesar da decrescente demanda, a Autarquia nunca deixou de formar turmas, mas, pela primeira vez, pode ser que isso não aconteça. No último vestibular, realizado no domingo passado, com exceção do curso de Matemática, todos os outros sete não chegaram a preencher o número de vagas ofertadas. Para tentar contornar o problema, a administração da faculdade vai remanejar os estudantes que não conseguiram classificação para o curso escolhido e que escolheram como segunda opção os cursos com demanda reduzida.

De acordo como presidente da unidade de ensino, Eduardo Lefosse, a inadimplência desencadeou uma série de malefícios. Entre eles, um desempenho tímido no último Enade, a nota 2, considerada insatisfatória para o Índice Geral de Cursos. “A inadimplência impediu uma série de investimentos necessários, principalmente na modernização da infraestrutura, logo no período que a região recebia novas instituições”, explicou.

A Autarquia é uma entidade pública autossuficiente, mas que é administrada pela prefeitura municipal. Dos oito cursos ofertados, sete são de licenciatura, a exceção é o curso de Enfermagem. O presidente da AESA-CESA acredita que o interesse por seguir a profissão de professor diminuiu significativamente. “A falta de investimento no segmento tem afastado as pessoas. Ninguém quer mais viver com um salário e a carga horária de um professor”, declarou Lefosse.

Os investimentos agora se concentraram em meios de atrair estudantes interessados em licenciatura e que saem da região para cursa em outros lugares. A pluralização de instituições educacionais mais modernas, maiores e de mais visibilidade na região tem abocanhado grande parcela dos futuros universitários. “Sou de Arcoverde, mas optei por estudar numa faculdade de Caruaru porque acredito que lá tenha mais campo, até mesmo para estágios”, relatou a estudante de Educação Física, Paula Pacheco.

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