Diário de Pernambuco
Levantamento apresentado ontem pela deputada estadual Priscila Krause
(DEM), durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa, aponta que o
primeiro quadrimestre de 2015 registrou o menor repasse de verbas
federais para convênios voluntários desde 2008, quando chegou a apenas
R$ 24,6 milhões. O relatório foi elaborado pela equipe técnica da
democrata com dados do Portal da Transparência do governo federal e
revela que de R$ 1,44 bilhão previsto para o ano, o estado só captou R$
70,6 milhões nestes primeiros quatro meses, o equivalente a 4,8%.
A
parlamentar utilizou, a título de comparação, a série histórica dos
últimos oito anos. Em relação ao mesmo período (janeiro a abril) de
2014, a queda foi de 53%, quando o estado captou R$ 147,17 milhões. Na
comparação com 2013 a redução é ainda maior e chega a uma diferença de
72% (R$ 252,08 milhões há dois anos). “Se continuarmos nesse ritmo,
teremos dias ainda mais difíceis pela frente. É preciso que as forças
políticas de Pernambuco se unam em defesa do estado”, afirmou.
A
vice-líder da oposição, deputada Teresa Leitão (PT), elogiou o modo
como a democrata apresentou o problema, mas fez questão de blindar o
governo federal de culpa no processo. “Parabenizo vossa senhoria por
tratar a questão de forma profunda, sem vinculações partidárias para
uma crise que não é de Pernambuco, não é do Brasil e que vem se
alastrando pelo mundo por adequação do modo capitalista de organizá-lo
desde 2008. Como foi dito aqui, a responsabilização não resolve. Até
resolve no embate político, mas para tomar medidas, não resolve.
Estamos aqui para tentar resolver. O relatório, ao mesmo tempo que
mostra atraso para a concessão dos convênios, mostra também a presença
forte e contínua do governo federal em Pernambuco”, destacou.
Já
o líder do governo na Assembleia, deputado Waldemar Borges (PSB), fez
questão de salientar as dificuldades enfrentadas pelo contingenciamento
orçamentário imposto pela União. “A gente vem de oito anos de muita
responsabilidade no trato das finanças públicas. Estamos conseguindo
ainda enfrentar adversidades, como essa tragédia da queda dos repasses
federais, que hoje tendem a zero. Isso é lamentável, pois atinge
diretamente a capacidade de investimento do estado”.
O
socialista destacou que, apesar do quadro, o governo continuará
realizando investimentos. “A gente deve estar aportando, entre
investimentos e inversões, algo em torno dos R$ 300 milhões neste
quadrimestre, o que é um esforço muito grande”, ponderou Waldemar
Borges.
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