Folhapress
O excesso de repelentes pode gerar intoxicação e danos hepáticos.
Ainda assim, seu uso diário é recomendado para evitar não somente que a
própria pessoa contraia o vírus zika como para frear a disseminação da
doença. "Se um mosquito sem vírus pica uma pessoa com zika, é a pessoa
quem transmite o vírus para o mosquito, por isso é crucial que os
infectados usem repelente para não se tornarem vetor da doença", explica
a dermatologista Heloisa Hofmeister. 80% dos infectados, no entanto,
não apresentam sintomas e não sabem se estão com zika.
O repelente deve ser aplicado sobre a roupa e em áreas expostas. "O
correto é borrifar sobre o cabelo, na pele exposta e também na roupa. A
picada pode atravessar inclusive tecidos grossos como o jeans", explica
Hofmeister. Não adianta usar repelente na pele coberta: a ideia é fazer
uma nuvem de produto que afaste os mosquitos. Em casa, é recomendável
dispensar o repelente corporal, substituindo por produtos de tomada,
ventiladores e telas nas janelas.
O Ministério da Saúde recomenda que grávidas usem camisas de manga
longa. Segundo Hofmeister, a medida é complementar, mas pouco eficaz se a
pessoa não aplicar repelente por cima da roupa. "O tecido protege um
pouco contra a picada, mas o mais interessante de usar manga comprida é
poder passar o repelente na roupa em vez de usá-lo diretamente na pele,
reduzindo o risco de intoxicação", diz. Bebês com menos de seis meses
não devem usar repelente e crianças entre seis meses e um ano podem usar
produtos mais leves, à base de IR3535, a exemplo das versões infantis
dos repelentes Johnson's e Turma da Mônica. O problema é que esses
produtos duram apenas três horas e só podem ser aplicados no máximo três
vezes ao dia.
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