Blog do Magno
Duas semanas depois de a deputada estadual Priscila Krause (DEM)
questionar a dívida do governo de Pernambuco perante a Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa) – referente às taxas de água e
esgoto dos prédios públicos -, a Diretoria de Mercado e Atendimento da
Companhia enviou carta ao secretário da Fazenda, Marcelo Barros,
cobrando a regularização dos débitos com “a maior brevidade possível”.
Segundo o texto, a manutenção dos débitos compromete os fluxos de
caixa da empresa. O primeiro posicionamento da parlamentar a respeito da
problemática ocorreu no dia 22 de fevereiro.
Assinada pelo diretor de Mercado e Atendimento, Eduardo Cunha Sabino,
o comunicado foi enviado ao governo no dia oito de março e sua cópia
chegou ao gabinete da deputada através de ofício do Ministério Público
de Contas (MPCO) – acionado pela parlamentar após seu discurso na
Assembleia.
“A carta enviada pela Compesa confirma o nosso entendimento de que
ao não pagar as contas de água e esgoto dos seus prédios públicos, numa
clara manobra financeira, o governo está colocando em risco o caixa da
Companhia e, em reflexo, suas ações de combate à seca, que é uma das
maiores da história. Está faltando mais dinheiro para a Adutora do
Agreste, para os carros-pipa, o governo está indo na contramão”,
registra Priscila.
Até janeiro deste ano, conforme o documento oficial, o montante de
taxas de água e esgoto em aberto somava R$ 62,0 milhões, considerando
boletos em aberto desde 2012. A maior parcela desse débito, no entanto,
se refere a 2016: mais de R$ 40 milhões.
“O maior problema é que as contas deste exercício, dois mil e
dezessete, continuam se acumulando e os pagamentos não estão sendo
cumpridos. No nosso cálculo, esse valor já soma sessenta e oito milhões
de reais. Só das unidades prisionais, de janeiro a março, o débito soma
um milhão e seiscentos mil reais”, acrescenta.
Entre as explicações dos possíveis prejuízos da Compesa em
consequência das faturas em aberto do governo estadual, Priscila destaca
o risco perante os empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Na carta-cobrança, a Compesa explica que “os lançamentos contábeis
para PDD relacionados ao débito em questão geram um impacto negativo na
apuração do lucro contábil, além da diminuição do EBITDA, provocando o
descumprimento de cláusulas contratuais associadas a financiamentos
obtidos junto ao BNDES, gerando, por conseguinte, uma reclassificação
desses empréstimos do longo para o curto prazo”.
Principais débitos até janeiro de 2017:
Secretaria de Saúde: R$ 19,92 milhões
Secretaria de Educação: R$ 19,26 milhões
Secretaria Executiva de Ressocialização: R$ 11,26 milhões
Polícia Militar: R$ 2,83 milhões
Funase: R$ 1,79 milhões
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