Diário de Pernambuco
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou
nesta quinta-feira (20) as investigações na Operação Lava-Jato ao
processo do mensalão. Citando os valores envolvidos nos dois casos, o
ministro afirmou que "agora, a ação penal 470 (mensalão) teria de ser
julgada em juizado de pequenas causas, pelo volume que está sendo
revelado" na Operação Lava-Jato, que está revelando um esquema de
corrupção na Petrobras.
"Nós falávamos que estávamos a julgar o
maior caso, pelo menos de corrupção investigado, identificado. Mas nós
falávamos de R$ 170 milhões", disse Gilmar, sobre o mensalão. Ao falar
da Lava Jato, o ministro alertou que é um caso de proporções bem
maiores. "Estamos a ver que esse dinheiro está sendo patrimonializado.
Quando vemos uma figura secundária que se propõe a devolver US$ 100
milhões, já estamos em um outro universo, em outra galáxia", disse, em
referência às notícias de que o ex-gerente-executivo da diretoria de
Serviços da Petrobras Pedro Barusco, fechou acordo de delação premiada
em que se compromete a devolver o valor e contar o que sabe sobre o
esquema de corrupção e propina na estatal.
O ministro avaliou
como "lamentável" que o esquema revelado pela Lava-Jato já estivesse em
operação durante o julgamento do mensalão. "Nem o julgamento do mensalão
e nem as penas que foram aplicadas tiveram qualquer efeito inibitório.
Mostra que é uma práxis que compõe a forma de atuar, de gerir,
administrar."
Tempo
Questionado
se o processo que derivar da Operação Lava-Jato pode se estender por
anos no Supremo, como foi o caso do mensalão, Gilmar Mendes disse que
hoje há "uma tecnologia processual mais moderna, com o trabalho das
turmas". Desde junho, as ações penais são remetidas às turmas do STF e
não ao plenário, como forma de agilizar o julgamento. "Mas certamente
pode ser um caso trabalhoso. E também já se faz previamente a divisão
dos processos. Haverá distribuição, definição de competência", disse
Gilmar Mendes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário