quinta-feira, 26 de março de 2015

DEZOITO TESTEMUNHAS DE DEFESA DEPÕEM EM AUDIÊNCIA SOBRE A MORTE DE THIAGO FARIA

Folha de Pernambuco

Na fase de ouvidas das testemunhas de defesa dos acusados de envolvimento na morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, que ocorreu nesta quinta-feira (26), foram escutadas 18 pessoas das 32 convocadas pelos advogados. Boa parte dos depoimentos, a maioria feita por videoconferência das cidades de Garanhuns e Arcoverde, no Interior, serviu para tentar comprovar a idoneidade dos suspeitos e a presença deles em outros locais que não a rodovia PE-300, local do homicídio.

A última testemunha que marcou presença na sede da Justiça Federal em Pernambuco, no bairro do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife, foi o cunhado de José Maria Pedro e inventário da Fazenda Nova, Carlos Ubirajara. “Eu não sei quem foi, só sei que esse grupo que vocês estão investigando não foi.
Isso vocês podem chamar até o FBI e a CIA”, disse o depoente, que é professor universitário.
Segundo ele, nunca houve conflitos entre as famílias, e apenas lutava na justiça pelos direitos dos parentes, que alegou serem os legítimos herdeiros dos 1,8 mil hectares de terra da fazenda.

Ainda de acordo com Carlos Ubirajara, quando ele falou para José Maria Pedro Rosendo sobre a decisão do leilão de que Mysheva Martins, então noiva do promotor, foi quem arrematou a sede da fazenda, a única reação do fazendeiro foi de surpresa. José Maria é apontado como mandante do crime em razão da disputa de terras.

A juíza Federal Amanda Torres de Lucena Diniz preside nesta sexta-feira (27), a partir das 10h, o último de quatro dias da audiência de instrução, iniciada na última terça (24). Na ocasião, serão interrogados quatro acusados do crime: José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva.

Após a ouvida, os advogados de defesa e os membros do Ministério Público Federal (MPF) terão um momento de debate, que pode ser substituído pela apresentação de relatos escritos de ambas as partes.
Ao final, a magistrada terá um prazo legal de até dez dias para proferir o seu parecer, que pode ser o de levar o crime a júri popular.

Thiago Faria Soares foi morto no dia 14 de outubro de 2013, no quilômetro 15 da PE-300, em Itaíba, no Agreste. A noiva da vítima, Mysheva, e do tio dela não ficaram feridos. O crime, que começou sendo investigado pela Polícia Civil, passou para as mãos da Polícia Federal em agosto do ano passado, a pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. O inquérito foi concluído no fim de dezembro.

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