Jornal do Commercio
O governador João Lyra Neto deseja ver o juiz pernambucano Humberto
Inojosa no comando da Secretaria-Executiva de Ressocialização, a Seres,
em substituição ao coronel Romero Ribeiro, exonerado hoje por causa da
revelação do Jornal do Commercio de que uma detenta
descumpriu as exigências da prisão domiciliar e participou da campanha
da esposa do agora ex-secretário a vereadora de Olinda em 2012. Mônica
Ribeiro foi eleita pelo PDT para o primeiro mandato na Câmara contando
com a ajuda de Elide Silva Santos, condenada por ter sido mandante de um
homicídio.
Depois de uma longa reunião a portas fechadas com os secretários
Luciano Vásquez (Casa Civil) e Bernardo D’Almeida (Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos), o governador decidiu pela exoneração de
Ribeiro e pensou no nome de Inojosa. De 2008 a 2013, ele foi o indicado
pelo Judiciário para integrar o Comitê Gestor do Pacto pela Vida. Como
magistrado, o pernambucano não poderia assumir cargo no Executivo. Mas
está prestes a se aposentar da toga, o que viabilizaria a indicação.
Na comunicação do Ministério Público estadual (MPPE) à 1ª Vara de
Execuções Penais denunciando a violação da prisão domiciliar, duas fotos
foram anexadas como prova do engajamento de Elide Silva na campanha da
então candidata a vereadora. Na imagem acima, Mônica Ribeiro aparece
ladeada pelo marido e por Elide Silva Santo.
Na ocasião, o casal Ribeiro visitara a detenta em casa. “Olinda será
bem representada e o Estado tem um secretário à altura de seu cargo.
Obrigada meus amigos por me darem essa força e incentivo para superar
tudo o que aconteceu em 2012 na minha vida”, escreveu ela, numa mensagem
postada no dia 15 de setembro de 2012, poucos dias antes da eleição,
agradecendo a visita do casal a sua residência.
Elide Silva era monitorada por tornozeleira eletrônica. As violações
do perímetro que ela não podia ultrapassar foram registradas pelo centro
de monitoramento da Seres. Mas as infrações não foram comunicadas à 1ª
Vara de Execuções Penais, para que o benefício fosse suspenso, como
determina a lei. Depois que o MPPE fez a denúncia à Justiça, a detenta
perdeu o direito da prisão domiciliar e voltou ao regime fechado.
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