Folha de São Paulo - Aguirre Talento
Jonas
Aurélio de Lima Leite, ex-funcionário da fazenda do ex-deputado Pedro
Corrêa (PP-PE), declarou à Polícia Federal que documentos apreendidos na
11ª fase da Operação Lava Jato são comprovantes da compra de votos por
parte de Corrêa.
Corrêa foi preso por conta da última fase da Lava Jato,
suspeito de receber recursos do doleiro Alberto Youssef oriundos do
esquema de corrupção na Petrobras. Ele também já havia sido condenado no
mensalão.
Segundo
Jonas, os documentos eram recibos de pagamentos de energia elétrica,
contas de água, pagamentos de combustíveis, peças de veículos e compra
de materiais de construção, que eram arquivados no escritório da fazenda
onde trabalhava.
"As
compras de voto foram feitas na cidade de Brejo da Madre de Deus (PE),
mediante a procura dos eleitores e oferecimento por parte de Pedro
Corrêa", diz trecho do depoimento de Jonas à PF.
Segundo ele, os
pagamentos eram feitos através da equipe política do ex-deputado.
O
ex-funcionário informou que, quando deixou esse trabalho, em 2013,
retirou os documentos para denunciar as irregularidades, mas que não
procurou nenhum órgão público.
Suspeito
de ser laranja de Corrêa por ter movimentações financeiras altas em sua
conta bancária, Jonas informou à PF que tinha salário de R$ 1.500 mas
que também recebia recursos em sua conta para pagar outros funcionários
da fazenda. O valor depositado, segundo ele, era em média de R$ 20 mil
mensais e era sempre usado para as despesas da fazenda.
Também
ouvida pela Polícia Federal, Vera Lúcia Leite Soiusa Shiba,
ex-funcionária de Pedro Corrêa na Câmara, informou que era obrigada a
repassar metade do seu salário ao chefe de gabinete do parlamentar.
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