Blog da Folha
O ex-vereador do Recife Liberato Costa Júnior morreu aos 97 anos
nesta quarta-feira (13), na residência dele no bairro do Hipódromo, Zona
Norte. Eleito por dez mandatos até as eleições de 2012, Liberato Costa
Júnior nasceu em 11 de abril de 1916. Exerceu atividade parlamentar na
Casa José Mariano durante dez mandatos. Ele também foi eleito para
deputado estadual durante uma legislatura, além de ter ocupado
interinamente a Prefeitura do Recife. Na última eleição municipal,
Liberato não disputou a reeleição.
O motivo do falecimento foi uma parada cardiorrespiratória. O velório
do decano ocorre ainda nesta quarta na Câmara dos Vereadores do Recife,
às 18h, e vai ingressar pela madrugada até as 10h desta quinta-feira
(14), quando o corpo será levado ao Cemitério de Santo Amaro, na Área
Central do Recife, onde haverá o sepultamento.
Histórico
Liberato Costa Júnior nasceu no bairro da Boa Vista, no Recife, em 11
de abril de 1916. Foi vereador do Recife por 10 mandatos. Na Câmara
municipal, foi presidente da Câmara, presidiu todas as comissões
técnicas da Casa, foi líder de governo e da oposição. Atualmente,
prestava consultoria à instituição parlamentar.
Filho do agricultor Liberato Pereira Costa e da empregada doméstica
Maria Josefa Castelo Banco, casou com Jandira Botelho Pereira da Costa.
Não teve filhos biológicos, mas adotou duas filhas, que lhes deram netos
e bisnetos.
Sua história política começou quanto ele tinha apenas 15 anos de
idade, quando estudava no Ginásio Pernambucano. Para Liberato, a
participação política era tão importante que ele deixava de assistir às
aulas, para comparecer aos debates travados por políticos na Assembleia
Legislativa.
Em meio a jornalistas, no Café Lafayette, começou a levar mais à
sério a ideia de se tornar político. O estabelecimento era o reduto
intelectual dos anos 40.
A primeira eleição disputada por ele foi em 1951 para o cargo de
vereador. Liberato. Nela, ele saiu derrotado. A aprovação popular só
chegaria em 1955.
O político se tornou um dos criadores da União Democrática Nacional
(UDN) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o PMDB. É também um
dos introdutores do livro didático na capital, um dos idealizadores da
Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir), da Rádio Frei Caneca e
do Departamento de Mecanização (Emprel).
Além de vereador, ele chegou a ser prefeito do Recife durante nove
meses. Ele assumiu a função no Executivo em 1963, época em que Miguel
Arraes deixou o cargo para se tornar governador e o vice dele, Arthur
Cavalcanti, abandonou a função para ser deputado federal. Liberato era o
próximo da linha de sucessão e assumiu a função no mesmo ano. Costa
Júnior ainda foi deputado estadual.
Nos Anos de Chumbos do País, com o AI-5, foi cassado, preso, mas não
chegou a ser torturado. Passou 10 anos no ostracismo. Em 1982, foi
eleito novamente vereador do Recife.
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