Diário de Pernambuco
Você sabe como o prefeito e os vereadores eleitos de sua cidade gastam o
dinheiro dos contribuintes, inclusive o seu? Essa é uma questão que, na
maioria absoluta dos municípios pernambucanos, só os próprios gestores
têm um sim como resposta. Um levantamento feito pelo Ministério Público
de Pernambuco revela que, nos 184 municípios do estado, apesar de
obrigados, 133 prefeitos e 166 presidentes de câmaras municipais fazem
segredo sobre como gastam o dinheiro público.
Um quadro
vergonhoso e que pode levar prefeitos e vereadores a ser condenados por
improbidade administrativa, pagar multa e ainda ficar inelegíveis por
oito anos. Além disso, os municípios podem ter as transferências
voluntárias, repassadas pelos governos federal e estadual, suspensas.
São justamente os recursos destinados a obras e convênios. O caso está
sendo analisado de perto pelos órgãos que compõem o Fórum Permanente de
Combate à Corrupção (Focco), em Pernambuco. E eles prometem punição.
A meta do Focco é obrigar os prefeitos e presidentes de câmaras
municipais a criarem portais de transparência até o fim do ano. Segundo o
procurador do Ministério Público Federal Fábio George da Nóbrega, todos
os gestores já começaram a ser contactados. Apesar de a lei de
transparência estar em vigor para todos os municípios desde maio, o
prazo para o cumprimento das exigências será estendido até o fim do ano.
O “salvo conduto” leva em conta que, em vários municípios, houve troca
de comando.
O entendimento comum do grupo é que sem divulgar
receitas e despesas, bem como o detalhamento de contratos e licitações,
aumenta o risco de malversação dos recursos públicos. Em Pernambuco,
hoje, apenas 51 municípios têm portais de transparência. A maioria dos
que possui disponibiliza ferramentas limitadas. São comuns balancetes
excessivamente simplificados e links que não levam a lugar algum.
O
portal da transparência de São Lourenço da Mata, por exemplo, apenas
disponibiliza links para o Portal da Transparência do governo federal.
Nada de detalhamento dos itens pagos. Um recurso utilizado também na
ferramenta disponibilizada pela Prefeitura de Igarassu. A qualidade dos
portais de transparência será analisada pela Controladoria Geral da
União (CGU) em um segundo momento.
Desde 16 de maio deste ano,
todas as prefeituras e câmaras municipais são obrigadas a atender à
legislação, sob pena de responsabilização criminal dos seus gestores. O
grupo de trabalho reunido pelo Focco se reúne nesta semana para traçar
os alvos da fiscalização. Vão participar representantes do Ministério
Público Federal, Ministério Público Estadual, Polícia Federal,
Controladoria Geral da União e Tribunais de Contas do Estado e da União.
Para confirir as prefeituras e câmara municipais de Pernambuco que têm portais de transparência, clique aqui.
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