Folha de Pernambuco
Uma testemunha chave, que deve ter visto toda a dinâmica da execução
do promotor Thiago Faria Soares, de 36 anos, está sendo procurada pela
polícia estadual. Essa pessoa é uma mulher, que estaria em um ponto de
lotação, às margens da PE-300, à espera de transporte para ir à feira
pública de Águas Belas. Ela estaria a cerca de 150 metros do trecho em
que o promotor foi executado, distância razoável para ver a ação com
clareza.
O relato dela seria essencial para se excluírem dúvidas sobre como se
deu o crime, quantas pessoas participaram do assassinato, e como a
advogada Mysheva Ferrão Martins, a noiva de Thiago, e o tio dela,
Audautivo Martins, conseguiram sair ilesos do atentado. A mulher foi
identificada por uma das câmeras instaladas na PE-300. Até o momento, a
advogada tem sido a única testemunha a ter informações sobre a execução.
De acordo com a perita criminal Kátia Cenira, a distância que se
encontrava essa testemunha - 150 metros - é suficiente para identificar o
modelo do carro envolvido na emboscada, quantos eram os executores e
como Mysheva e o tio saíram do veículo do promotor. “O rosto só poderia
ser reconhecido se fosse alguém do convívio dela, mas o corpo, as roupas
e a entonação da fala podem ser identificados”, exemplificou.
Além do promotor e a noiva, apenas o tio dela, Adautivo, estava no
veículo que foi alvejado há oito dias.
Apesar de ter presenciado tudo,
as informações dele foram evasivas, já que o homem tem problemas
mentais. “Ele já foi ouvido, mas o que disse é muito genérico, só que
abriu a porta e saiu correndo”, contou o presidente do inquérito
policial, o delegado Rômulo Cezar.
Os relatos da advogada, que já prestou três depoimentos durante a semana
passada, estão sendo checados pela polícia para descobrir como teria
acontecido, realmente, a sequência do atentado: de que maneira ela teria
saído do carro; quem a teria socorrido, se Mysheva teria ajudado o tio a
sair do local do crime, e como teria conseguido chegar à cidade.
“Esta mulher (a que estava à espera de uma condução) teria visto tudo do
início ao fim”, comentou Cezar sobre a testemunha da rodovia. A ela se
somariam outras duas pessoas que também passaram pela estrada, mas que
só viram algo, depois que o primeiro tiro foi disparado, ou seja, não
acompanharam a sequência da perseguição e a emboscada..
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