Blog do Ronaldo Cesar
O prefeito Izaías Régis sempre teve a fama de falar o que vem à cabeça,
e muitas vezes este improviso, acaba exagerando ou falando mais que
deveria. Em seis meses de governo tem sido assim, criando
constrangimentos e problemas desnecessários, às vezes até antecipando
ações do próprio governo.
Em sua época de deputado ficou famoso justamente por seu estilo, que
foge do trivial. Izaías sabe o que quer, mas nem tudo está ao seu
alcance, ou não está no tempo certo. Este timing definitivamente ele não tem.
Izaías fez várias promessas para este festival, em vários setores,
criando expectativas, mas extrapolou os seus próprios limites, quando
dependia da Fundarpe, que é de fato quem organiza e gerencia o grande
evento. Não dá pra negar a complexidade do FIG, só a programação são 33
páginas, contemplando centenas de apresentações culturais, em
praticamente todas as linguagens artísticas.
Em algumas entrevistas, Izaías tem criticado de forma sutil a Fundarpe,
por algumas ações que poderiam ter realmente sido feitas com
antecedência, principalmente a divulgação. Mas a própria prefeitura pode
criar uma divulgação do evento sem a necessidade de expor a grade,
embora ela seja fundamental. Já falamos sobre isso antes. Não precisa da
programação para investir na mídia a partir dos meses de abril e maio.
Izaías em todos os eventos e entrevistas afirmava ter economizado
recursos e que entraria com uma boa contrapartida no Festival, chegou a
falar em até R$ 2 milhões. Como a prefeitura, historicamente, arca com
os artistas de Garanhuns, poderia ter ela mesmo se responsabilizado em
pagar estes cachés, até melhorando em relação a anos anteriores.
Também não concordo com um palco exclusivo para nossos artistas. Creio
que seria um isolamento. Os músicos querem tocar nos palcos que já estão
consolidados no Festival, interagir com grandes músicos de outros
lugares, tocando em melhores horários e receber melhores cachés, na
mesma proporção que a Fundarpe paga as bandas do mesmo nível da capital.
Participar da programação com mais ênfase, prioridade, porque somos da
casa!
Outra polêmica foi quanto ao apresentador da Praça Guadalajara. Izaías
já anunciava que seria Eduardo Peixoto e Cássia Amaral, que depois
retirou o nome. Aí ficou somente o profissional da Rádio Jornal. Segundo
o prefeito, já estava tudo certo com a Fundarpe e contrato para ser
fechado.
Bom, sem entrar no mérito de quem é melhor, Eduardo ou Marcelo
Jorge, pois são dois grandes profissionais e meus amigos, Izaías acusou
ingerência política para a mudança do apresentador. Políticos da região
que pediram por Marcelo Jorge.
Com esta questão, Izaías revelou não ter tido força para emplacar o seu
preferido, e não precisava ter exposto publicamente. De bastidores, pelo
que entendi, nomes como Eudson Catão e Sandoval Cadengue preferiram
Marcelo Jorge, que tem se mantido mesmo com as mudanças de governo, sem
identificar as administrações.
Em mais uma de suas declarações de improviso, em entrevista na Rádio
Marano, o prefeito disse que Marcelo Jorge apresentava o FIG somente
pela vaidade e que depois disso voltava a ser um nada! Expressão muito
forte para um prefeito definir alguém publicamente. Marcelo é um dos
mais conceituados profissionais do estado, presta serviços para empresas
públicas e privadas e muitas pessoas defendem seu nome na praça porque
já identifica o evento, e sua forma que une o clássico com o informal,
aliado a um profundo conhecimento cultural, torna seu nome natural, e
não apenas objeto de vaidade.
Izaías está bem intencionado. Deve estar até angustiado com algumas
coisas que pensava para este seu primeiro festival, mas precisa
reconsiderar, fazer de fato esta ponte com a Fundarpe para que possa
participar mais, com mais consistência, da estrutura do FIG, mas muita
coisa agora somente em 2014. Poderia criar um grupo de trabalho, até
para pensar em ações que pudessem fazer do Festival um produto que possa
gerar dividendos durante todo o ano.
Mas a verdade é que o FIG hoje é realizado quase em sua plenitude pelo
Governo do Estado, que assimilou o evento e a cada ano promove um
crescimento, criando novos polos e palcos. Nem dá para acompanhar tanta
coisa que fica imprensada em 10 dias. (Tá na hora de termos três finais
de semana no Festival), e para que todos possam estar mais à vontade,
falta a Fundarpe estar mais presente no cotidiano de Garanhuns.
Parabéns pelas sábias colocações.
ResponderExcluirTenho a mesma linha de pensamento e gostaria muito que as pessoas falassem menos e fizessem mais.
Garanhuns tem um potencial invejável e justamente por isso causa essa polêmica toda!
PARABÉNS!Marcos Cardoso,pela matéria.Quanto ao "NADA"de MARCELO JORGE,quem sabe ele não encontra também um ARMANDO MONTEIRA para ser ALGUMA COISA.
ResponderExcluirAmanda Constantino -Centro