UOL
Sebastião Vasconcelos e Glória Pires |
O
ator Sebastião Vasconcelos morreu aos 86 anos, vítima de parada
cardiorrespiratória na última segunda-feira (15), às 20h10. A informação
foi confirmada pela assessoria de imprensa do
hospital israelita Alberto Sabin, na Tijuca, zona norte do Rio de
Janeiro, onde ele estava internado desde do dia 30 de junho.
Em abril, o ator chegou a ser internado com quadro de pneumonia. No mês seguinte, em conversa com o UOL, Vilma Costa, companheira há 54 anos do ator, contou alguns detalhes sobre o estado de saúde do marido nos últimos anos.
Com mal de Parkinson desde 2002, descoberto durante as gravações da
novela "O Clone", da Globo, Sebastião vinha lutando contra uma enfisema
pulmonar. Além disso, uma depressão o fez deixar de lado os tratamentos
e os medicamentos. "Sebastião andava muito triste e rebelde. Desde o
início desse ano, ele se recusava a tomar os remédios e até a comer. Ele
emagreceu muito, ficou bem fraquinho e aí resolvemos interná-lo. O
médico foi quem descobriu e diagnosticou que ele estava com pneumonia,
porque a gente não sabia", contou Vilma na época.
Vilma acreditava que o grande problema de Sebastião Vasconcellos era a
depressão, já que o ator estava sem trabalhar desde 2008, quando
participou da novela "Os Mutantes", na Record. "Isso para ele é
praticamente a morte, perdeu o interesse em viver. Ele sentiu mesmo o
golpe quando a Globo não renovou seu contrato. Fez uns trabalhos aqui,
outros ali, mas não era a mesma coisa", admitiu.
O último papel de Sebastião Vasconcellos na Globo foi Felício, no
remake de "Cabocla" (2004). Na emissora, o ator participou de
minisséries como "Chiquinha Gonzaga", "A Casa das Sete Mulheres",
"Riacho Doce", "Memorial Maria Moura", entre outras. Ele também atuou em
tramas como " Felicidade", "Anjo Mau", "Mulheres de Areia" como pai de
Ruth e Raquel (Glória Pires), "Tieta" como Zé Esteves, pai da
protagonista vivida por Betty Faria, "Selva de Pedra", "Andando nas
Nuvens" e "Por Amor".
Carreira
Sebastião começou sua carreira em Recife, em Pernambuco, onde
participou da fundação do Teatro Universitário. Em 1955, o ator
mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1959 iniciou na televisão.
Entrou para a Companhia de Teatro Tônia-Celi-Autran e participou das
produções: "Otelo", " A Viúva Astuciosa" e foi premiado como ator
coadjuvante, da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT) por
seu papel nesse espetáculo. Também participou das peças: "As Guerras do
Alecrim e da Manjerona", "O Judeu" e " A Bela Madame Vargas", "Calúnia"
e " Olho Mecânico", "A Beata Maria do Egito". Com esse espetáculo,
recebeu o prêmio Governador do Estado, como melhor ator.
Nos cinemas fez parte das produções "Um Caso de Polícia" (1959),
"Assassinato em Copacabana" (1962)," O 5º Poder" (1962),"Os Raptores","
A Um Pulo Da Morte"," Índia , a Filha do Sol " e" Inocência".
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