terça-feira, 16 de julho de 2013

MÉDICOS DECIDEM PARAR DIAS 23, 30 E 31

 Diário de Pernambuco

Os médicos pernambucanos das redes pública e particular vão parar as atividades nos dias 23, 30 e 31 deste mês. Serão mantidos somente os atendimentos de urgência e emergência. Serviços como ambulatório, cirurgias agendadas e Programa de Saúde da Família ficarão suspensos.

A paralisação integra o movimento nacional da categoria contra a falta de condições de trabalho e as ações recentes do governo federal na área da saúde, sobretudo, a Medida Provisória (MP) nº 621, que permite a contratação de médicos estrangeiros sem o Revalida, o exame de validação do diploma. A estratégia da categoria é desgastar o governo com paralisações de 24 horas para que a opinião pública não fique contra os médicos e minimizar os transtornos à população.

Além da importação de profissionais, a MP nº 621 tem causado polêmica, entre outros pontos, porque determina que os estudantes que ingressarem no curso de Medicina a partir de janeiro de 2015, ao se formarem, deverão trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na assembleia geral promovida, ontem (15), pelos médicos pernambucanos, quando mais de 300 profissionais estiveram reunidos na Associação Médica do Estado, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d'Ávila, foi categórico: "trazer médico estrangeiro sem revalidar o diploma é passar por cima da autonomia universitária. Essa MP tem inúmeras inconstitucionalidades".

De acordo com d'Ávila, os médicos não se negam a trabalhar nos locais mais afastados. Mas falta condições de trabalho e uma carreira de Estado que estimule os profissionais. Também foram votadas outras formas de protesto contra as ações do Governo Federal. Uma delas é a instituição de um grupo de trabalho, até o final da semana, para construir um canal de denúncia da falta de estrutura das unidades de saúde.

A categoria conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente da Comissão de Saúde da OAB-PE Eduardo Dantas, participou da assembleia. "Estamos auxiliando as entidades médicas a entenderem o sistema jurídico dessas medidas adotadas pelo Governo e questionar a constitucionalidade".

Presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Mário Jorge Lobo destacou que a paralisação é para mostrar que "o Governo não discute a real situação do SUS. Também foi aprovado uma carta aberta à população para informar o que acontece com a categoria".

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