Folha de Pernambuco
Num momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) vive um momento
de estremecimento da sua gestão com a população e a base governista,
prefeitos de todo o País se reúnem para reivindicar melhorias para as
administrações municipais. Desta segunda-feira (8) até a próxima
quinta-feira, será realizada, em Brasília, a 16º Marcha dos Prefeitos.
Somente a partir desta terça-feira (9) é que serão feitas as reuniões
com representantes do Governo Federal.
Segundo o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco
(Amupe), José Patriota (PSB), a expectativa é que o Estado seja
representado por pelo menos 100 prefeitos pernambucanos. Para conseguir
equilibrar as responsabilidades, os prefeitos defendem uma discussão
profunda sobre o Pacto Federativo.
Essa, segundo Patriota, deve ser uma das principais reivindicações
dos gestores. O problema da Seca também deverá estar entre as discussões
a serem colocadas em pauta pelos prefeitos pernambucanos.
Outro ponto
que deverá ser explorado é o aumento de 2% do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM), que apresentou uma queda nos últimos anos em virtude
da redução do IPI.
O presidente da Amupe reclamou do descumprimento de algumas promessas
feitas pelo Governo Dilma Rousseff há alguns meses. “O Governo Federal
tinha sinalizado para negociar para as ações que seriam realizadas em
prol da pauta que os prefeitos reivindicam, mas essas promessas até
agora não foram cumpridas. O cartão da Defesa Civil é um exemplo. Até
agora o dinheiro não foi liberado”, lembrou.
Esse cartão iria permitir que as gestões municipais tivessem direito a
recursos destinados pelo Governo para cada cidade. A liberação seria
feita sem burocracia, mas até o momento não houve nenhuma sinalização de
que a verba seria autorizada. Os gestores municipais reclamam da
desproporção das responsabilidades entre o Governo Federal e as
administrações locais.
Patriota destaca que, enquanto a esfera federal conseguiu aumentar o
poder de barganha, as gestões dos municípios acabam ficando ainda mais
reféns do que é repassado pela esfera superior. Segundo ele, há um
grande esforço das prefeituras para conseguirem fechar as contas
mensalmente. “A gente não consegue fechar a folha, não como manter
programas sociais”, reclamou o socialista, que é prefeito do município
de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú.
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