quarta-feira, 10 de abril de 2013

QUATRO PRESOS POR FRAUDE NO DOM MOURA

Folha de Pernambuco

Referência para 21 municípios do Agreste de Pernambuco e responsável pelo atendimento mensal de pelo menos três mil pessoas em sua emergência, o Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, era alvo de um esquema criminoso que chegou a desviar R$ 267 mil dos cofres públicos. Três ex-funcionários exonerados após a instauração de um inquérito policial para apurar a fraude, em novembro do ano passado, e uma mulher que continuava trabalhando na unidade de saúde foram presos ontem durante uma operação nacional sob coordenação do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas.

Além da ex-diretora do Dom Moura, Maria Emilia Pessoa, foram presos o ex-diretor Financeiro, Lúcio Ferreira Duarte Neto, o porteiro Marconi Souto Araújo, e a mulher dele, Maria Veridiana da Costa, que atualmente trabalhava como servidora do Departamento Financeiro do hospital. Os quatro irão cumprir na Cadeia Pública do município os mandados de prisão temporária de cinco dias expedidos pela Justiça, prorrogáveis por mais cinco. As duas mulheres passaram mal ao serem presas e estão hospitalizadas no próprio Dom Moura, sob custódia da polícia. Os homens já seguiram para a cadeia pública.

As suspeitas de irregularidades foram levantadas a partir das informações contidas em um ofício encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde (SES). No documento, uma empresa alegava que um pagamento de R$ 10 mil estava em aberto, porém o valor já constava na pasta como quitado. Ao checar a informação, a secretaria encontrou irregularidades. A partir disso, o próprio secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, protocolou uma denúncia destinada ao secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.

O inquérito conduzido pela Polícia Civil constatou a prática dos crimes de falsidade ideológica, peculato (apropriar-se de dinheiro em razão do cargo público), inserção de dados falsos em sistema de informação da administração pública, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e ameaça. O documento foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e enviado para o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MPPE, que aprofundou as investigações.

Ao verificar dados levantados, foi observado o desvio de 62 cheques que chegariam a um valor de R$ 267 mil no total. “Eles eram emitidos pelo setor de finanças e depositados na conta do porteiro do hospital, que era marido da responsável pelas finanças da unidade”, detalhou o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Agnaldo Fenelon. As investigações irão continuar a fim de verificar o envolvimento de outras pessoas na fraude. “Esse tipo de crime mata e interfere diretamente na saúde da população. O desvio de recursos de hospitais pode chegar a levar alguém à morte por falta de assistência médica. O Ministério Público não tem outra alternativa a não ser pedir a prisão dessas pessoas”, salientou.

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