Folha de Pernambuco
Com a redução de 72% da bacia leiteira do Estado, os estabelecimentos
produtores de queijo coalho viram o volume reduzir na mesma proporção. O
motivo é simples: a fabricação do laticínio é dependente da oferta de
leite, prejudicada pela maior estiagem das últimas quatro décadas. O
problema é tanto que a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de
Pernambuco (Adagro-PE) não arrisca um prognóstico sobre o faturamento
que será gerado este ano.
Dos tipos A e B do queijo coalho (ver quadro) a produção diária foi
reduzida a 5.724 quilos, sendo 2.354 kg/dia do tipo A e 3.370 kg/dia do
tipo B, tendo como base 26 municípios produtores. Nesse cenário, o único
fator em alta é o preço do quilo do queijo coalho vendido ao consumidor
final. “No estabelecimento processador (fábrica, queijaria, por
exemplo), o preço médio é de R$ 15. Sendo assim, no comércio, o quilo
chega a custar R$ 22”, contabiliza o chefe da unidade estadual de
inspeção animal da Adagro, André Sérgio Dias.
Levantamentos da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara)
apontam que a média de perda diária da bacia leiteira do Estado está
estimada em 750 mil litros. Diante da realidade preocupante, a
secretaria vem investindo em ações emergenciais para amenizar os efeitos
negativos provocados pela seca nos rebanhos leiteiros.
Segundo informações da pasta, vem sendo estruturado o Programa de
Distribuição de Cana-de-Açúcar, que conta com seis polos de atendimento
aos pecuaristas da bacia leiteira, onde cada um receberá 100 toneladas
de cana por dia. São eles: Surubim, Arcoverde, Itaíba, Garanhuns, São
Bento do Una e Caruaru.
“Paralelo à nova estrutura, serão
disponibilizados pelo Governo do Estado 15 caminhões para o transporte
diário de cana para atender aos fornecedores de cada um dos laticínios e
queijarias, que terão a competência de fazer a distribuição junto aos
pequenos criadores rurais”, explicou a Sara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário