Folha de Pernambuco
Foi realizada ontem (23) uma reprodução simulada que
auxiliará as investigações em torno do assassinato do promotor Thiago
Faria Soares. Participaram da reconstituição aproximadamente 50 pessoas,
entre testemunhas, investigadores e peritos. A ação durou quase três
horas e meia e contou com a presença da advogada Mysheva Martins, noiva
do promotor, e de outras seis pessoas, entre elas um agricultor que
trabalha em uma propriedade próxima ao local onde ocorreu o crime. O
magistrado foi morto no dia 14 de outubro, no Agreste do Estado.
A simulação começou na casa de Mysheva, em Águas Belas, de onde ela saiu
com o noivo para a fazenda arrematada em um leilão. Depois de passar no
local, onde a advogada teria descido do automóvel para pegar um
documento, o casal retornou para Águas Belas para que Thiago deixasse o
material na casa de Mysheva. Depois de alguns minutos, o carro do
promotor passou pela feira livre da cidade. Próximo dali, eles teriam
parado no escritório da advogada, quando o tio da noiva do promotor,
Adautivo Elias Martins, entrou no veículo.
Após sair de Águas Belas, a equipe que participou da remontagem foi para
a PE-300. No local, foi simulado o instante em que um Corsa com dois
homens encosta na Hyundai Vera Cruz em que estava o promotor, a noiva e o
tio dela. Na reconstituição, o autor dos disparos que mataram Thiago
teria sido um homem que estava no banco traseiro do veículo. Momentos
depois do crime, foi simulado a hora em que a advogada desceu do carro e
se protegeu em um barranco. Logo depois, foi a vez do tio de Mysheva
sair da Vera Cruz e seguir andando pelas margens da rodovia. Na
reprodução, a advogada simulou um pedido de ajuda, momento em que chegou
a se emocionar.
Na coordenação dos trabalhos, a perita Vanja Coelho, do Instituto de
Criminalística (IC), informou que novas perícias ainda precisam ser
realizadas para efeito de comparação com o laudo do local. Segundo a
investigadora, outros exames devem ser solicitados em breve. Além de
Vanja, atuaram na reconstituição mais quatro profissionais do IC, entre
peritos e auxiliares. Na reprodução, mais um automóvel, uma Hilux na
qual Mysheva teria pego uma carona, foi utilizado. Apontado pela polícia
como o autor do crime, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara não
participou da reconstituição, sob a orientação dos advogados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário