Agência Estado
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve aprovar nesta
terça-feira (16) uma regra que reduz os níveis de iodo adicionado ao
sal. Para a agência, a mudança, discutida desde 2011, é necessária por
causa da alta quantidade de sal presente na dieta da população
brasileira. O consumo excessivo de iodo pode levar à tireoidite de
Hashimoto. Provocada por uma falha no sistema imunológico, a doença faz
com que o organismo não reconheça e passe a atacar a tireoide,
provocando o hipotireoidismo. Pessoas com tireoidite têm fadiga crônica e
ganho de peso. “Em excesso, o iodo faz mal à saúde. Por isso temos de
rever os padrões”, diz o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da
Silva.
Pela estimativa do governo, o brasileiro consome, em
média, 8,2 gramas de sal diariamente. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) recomenda que, para esse padrão de consumo, a faixa de iodação
fique entre 20 a 40 miligramas para cada quilo de sal. A proposta em
estudo na Anvisa se ajusta a esses parâmetros e prevê uma faixa de
adição de 15 a 45 miligramas de iodo para cada quilo de sal. Atualmente,
a relação é de 20 a 60 mg por quilo.
O alerta sobre a
necessidade de mudança foi dado em 2007 com base em pesquisas feitas
pela OMS que mostravam que o País era um dos maiores consumidores de
iodo no mundo, numa proporção acima do que é considerado adequado.
Álvares da Silva conta que a discussão na Anvisa foi proposta pelo
Ministério da Saúde. Um grupo de trabalho, com representantes do governo
e especialistas foi formado para avaliar a mudança.
Cronograma.
Segundo a Anvisa, a faixa agora proposta tem o aval de representantes do
setor produtivo. A mudança, porém, não seria imediata. A resolução, se
aprovada, prevê um cronograma para a redução nos níveis. A adição do
iodo no sal foi adotada no País para prevenir dois problemas: o
cretinismo e o bócio. O primeiro é provocado pela deficiência do
nutriente na gravidez - estudos mostram que um terço das crianças que
não recebem a quantia adequada do iodo durante a gestação apresenta
problemas no sistema nervoso central, e outro terço, deficiência
cognitiva. O bócio, por sua vez, é provocado pela falta do iodo em
adolescentes e adultos.
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