quarta-feira, 3 de abril de 2013

PRISCILA QUESTIONA REFORMA DA TORRE DO ZEPPELIN

Blog da Folha

Obra iniciada ainda na gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), a vereadora do Recife, Priscila Krause (DEM), acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para realizar uma auditoria especial no convênio 764012/2012, firmado entra a prefeitura e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para restauração da Torre de Atracação do Zeppelin. A obra foi cotada em R$ 5,702 milhões. A benfeitoria está localizada dentro do Parque do Jiquiá, que também passa por reforma iniciada na gestão anterior a do prefeito Geraldo Julio (PSB). Em 2008, o ex-prefeito João Paulo (PT) chegou a afirmar que a restauração completa custaria R$ 1,1 milhão.

Paralelo à solicitação ao TCU, Priscila Krause também vai protocolar solicitação para que a Prefeitura do Recife (PCR) investigue a regularidade do convênio. O documento foi encaminhado ao gabinete do prefeito Geraldo Julio. A democrata sugeriu que o gestor socialista deveria “congelar”, provisoriamente, o pagamento do empenho restante à empresa escolhida – Artesanal Arte & Restaurações Artesanais Ltda. – ME -, emitido em 21 de novembro passado no valor de R$ 607 mil. Dos R$ 5,7 milhões já transferidos pelo governo federal, R$ 5,1 milhões já foram direcionados à empresa.

A vereadora Priscila Krause apontou indícios de irregularidades no convênio. A democrata destacou cinco: o valor contratado, comparável ao custo da restauração e requalificação de monumentos mundialmente famosos como a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; a inexigibilidade da licitação como formato da escolha da empresa; a realização de “restauração artística” em paióis do Exército, bens que necessitariam apenas de simples procedimentos de manutenção; o atraso na execução dos serviços apesar do pagamento de 90% do valor contratado e da expiração do prazo contratual e, por fim, a ausência de publicidade de informações nas proximidades da Torre.

“Nós estamos falando de quase seis milhões de reais depositados pela União e tão disputados nesse contexto de federação distorcida. Me chamou atenção a rapidez e a regularidade da transferência dos recursos em contraposição à lentidão dos serviços, que são praticamente intervenções pontuais. Além disso, tudo foi feito sem licitação no crepúsculo do governo do PT. Com esse montante poderíamos ter a construção de 2.715 cisternas no semiárido ou até recursos para construirmos quatro Upinhas ou cinco CMEIs. Trata-se de indícios de que o governo federal é ruim de gestão e gasta irresponsavelmente”, justificou Priscila Krause, que levou o assunto para o Plenário da Câmara do Recife, durante sessão na tarde de ontem (2).

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