Estado de Minas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (13),
em Canoas (RS), que a presidente Dilma Rousseff "jamais vai permitir
que volte a inflação" e avaliou que "um sobressalto ou outro" não vai
desviar a economia do Brasil do "caminho do crescimento". Lula avisou
que não se anima em retornar à Presidência da República. O petista disse
que está otimista com os rumos da economia do país. Indagado se esse
otimismo o anima a voltar à Presidência, Lula disse: "Não".
Para o
ex-presidente, há uma boa perspectiva com a retomada da economia
norte-americana."Não é por causa de um sobressalto ou outro na economia
que a gente pode achar que o Brasil vai sair do caminho do crescimento,
da geração de emprego e da geração de renda. Se eu era otimista na
Presidência, estou otimista fora", disse Lula a jornalistas, após fazer a
palestra de encerramento do Terceiro Fórum Mundial de Autoridades
Locais de Periferia (Falp) em Canoas (RS).
Ao chegar ao local do
evento, ele afirmou ainda que Dilma "é muito responsável" e
acrescentou: "Neste país não se brinca com responsabilidade fiscal, não
se gasta mais do que se ganha, este país aprendeu a fazer bem isso e é
isso que vai dar a solidez necessária para que o Brasil tenha um
futuro cada vez melhor e que daqui a alguns anos seja a quinta economia
mundial".
O ex-presidente aproveitou para atacar os
adversários, dizendo considerar "engraçado" que os "responsáveis" pela
inflação de 80% ao mês, décadas atrás, se mostrem preocupados com o
nível atual desse índice. “Não faz muito tempo, (havia) inflação em 80%
ao mês. Hoje temos 5,8% ao ano (o IPCA fechou em 5,84% em 2012) e
aqueles que foram responsáveis pela inflação de 80% ao mês estão
incomodados com inflação de 5,8%”, ironizou. “Lógico que para quem vive
de salário, quanto menor a inflação, melhor. Só quem perde com
inflação é aquele que vive de salário", acrescentou.
Mea-culpa
Na
palestra para administradores, técnicos, agentes e estudiosos das
regiões metropolitanas, Lula afirmou que seu governo abriu caminhos para
os prefeitos apresentaram bons projetos e elaborou programas como o
Minha casa, minha vida com a participação dos municípios. Ao falar da
ocupação de morros e margens de riachos em aglomerados urbanos por
migrantes nos anos 1960 e 1970, acabou fazendo um mea-culpa pela
existência de moradias em zonas de risco, como encostas nas periferias.
"Era bonito naquele tempo a gente defender os coitadinhos dos pobres
que vêm do interior e ficavam (morando) na beira de um córrego.
A gente
fazia movimento e não deixava tirar." Para o ex-presidente, foi um
"erro" não discutir a ida para lugares mais adequados.
No
discurso, Lula também defendeu a criação de ministérios em seu governo,
como o das Cidades, Direitos Humanos, Igualdade Racial, e também na
gestão de Dilma, como o das Micro e Pequenas Empresas, que elevou o
total de pastas para 39. "Por que posso ter Ministério da Indústria e
não da Mulher, por que posso ter Ministério do Exército e não do Negro,
por que não posso fazer a sociedade ser representada efetivamente
dentro do governo?", argumentou. "Somente um governo que não tem cara e
não quer ter cara não faz", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário