sexta-feira, 14 de junho de 2013

LULA GARANTE QUE NÃO VOLTA A DISPUTAR A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Estado de Minas


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (13), em Canoas (RS), que a presidente Dilma Rousseff "jamais vai permitir que volte a inflação" e avaliou que "um sobressalto ou outro" não vai desviar a economia do Brasil do "caminho do crescimento". Lula avisou que não se anima em retornar à Presidência da República. O petista disse que está otimista com os rumos da economia do país. Indagado se esse otimismo o anima a voltar à Presidência, Lula disse: "Não".

Para o ex-presidente, há uma boa perspectiva com a retomada da economia norte-americana."Não é por causa de um sobressalto ou outro na economia que a gente pode achar que o Brasil vai sair do caminho do crescimento, da geração de emprego e da geração de renda. Se eu era otimista na Presidência, estou otimista fora", disse Lula a jornalistas, após fazer a palestra de encerramento do Terceiro Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp) em Canoas (RS).

Ao chegar ao local do evento, ele afirmou ainda que Dilma "é muito responsável" e acrescentou: "Neste país não se brinca com responsabilidade fiscal, não se gasta mais do que se ganha, este país aprendeu a fazer bem isso e é isso que vai dar a solidez necessária para que o Brasil tenha um futuro cada vez melhor e que daqui a alguns anos seja a quinta economia mundial".

O ex-presidente aproveitou para atacar os adversários, dizendo considerar "engraçado" que os "responsáveis" pela inflação de 80% ao mês, décadas atrás, se mostrem preocupados com o nível atual desse índice. “Não faz muito tempo, (havia) inflação em 80% ao mês. Hoje temos 5,8% ao ano (o IPCA fechou em 5,84% em 2012) e  aqueles que foram responsáveis pela inflação de 80% ao mês estão incomodados com inflação de 5,8%”, ironizou. “Lógico que para quem vive de salário, quanto menor a inflação, melhor. Só quem perde com inflação é aquele que vive de salário", acrescentou.

Mea-culpa

Na palestra para administradores, técnicos, agentes e estudiosos das regiões metropolitanas, Lula afirmou que seu governo abriu caminhos para os prefeitos apresentaram bons projetos e elaborou programas como o Minha casa, minha vida com a participação dos municípios. Ao falar da ocupação de morros e margens de riachos em aglomerados urbanos por migrantes nos anos 1960 e 1970, acabou fazendo um mea-culpa pela existência de moradias em zonas de risco, como encostas nas periferias. "Era bonito naquele tempo a gente defender os coitadinhos dos pobres que vêm do interior e ficavam (morando) na beira de um córrego.

A gente fazia movimento e não deixava tirar." Para o ex-presidente, foi um "erro" não discutir a ida para lugares mais adequados.

No discurso, Lula também defendeu a criação de ministérios em seu governo, como o das Cidades, Direitos Humanos, Igualdade Racial, e também na gestão de Dilma, como o das Micro e Pequenas Empresas, que elevou o total de pastas para 39. "Por que posso ter Ministério da Indústria e não da Mulher, por que posso ter Ministério do Exército e não do Negro, por que não posso fazer a sociedade ser representada efetivamente dentro do governo?", argumentou. "Somente um governo que não tem cara e não quer ter cara não faz", afirmou. 

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