Diário de Pernambuco
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) está organizando uma
paralisação das atividades para esta terça-feira. De acordo com os
sindicalistas, deverão cruzar os braços todos os médicos que atuam em
serviços eletivos (ambulatórios e Saúde da Família) que atuam em
unidades municipais, estaduais e federais. Os atendimentos em urgências e
emergências, em hospitais e UPAs, no entanto, serão mantidos.
A
decisão teria sido tomada após o anúncio em rede nacional da
presidenta Dilma Rousseff de que iria trazer milhares de médicos
estrangeiros para atuar no Brasil. Uma assembleia foi marcada para as
14h no Memorial de Medicina, no bairro do Derby, para discutir as
próximas ações da mobilização. A reunião, que já estaria marcada com
médicos da Prefeitura do Recife, foi estendida a toda a categoria.
De
acordo com o presidente do Simepe, Mário Jorge Lobo, o pronunciamento
da presidenta Dilma atropelou uma negociação que vinha sendo realizada
entre as entidades nacionais e o Ministério da Saúde. Desde que o
governo federal anunciou que traria médicos estrangeiros para atuar no
Brasil sem a exigência do Revalida, um exame que testa os conhecimentos
dos profissionais e concede-lhes o direito de atuar no País, que foi
criado um grupo de trabalho para discutir o assunto. Este grupo é
formado pelo Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina (CFM),
Federação Nacional dos Médicos (CFM) e Associação Médica Brasileira
(AMB).
"As entidades médicas não são contra a vinda de médicos
formados no Exterior, desde que realize a prova de revalidação de
diplomas desses profissionais formados no exterior (Revalida) para
fazerem um atendimento de qualidade. O médico brasileiro que quiser
trabalhar em outro país deve ser aprovado em rigorosos exames",
enfatizou Mário Jorge. Segundo ele, não é uma solução estrutural para
um dos problemas que mais afligem o brasileiro, a qualidade do
atendimento público de saúde. O problema não é número de médicos e,
sim, a falta de políticas públicas para fixar esse profissional em
pequenas cidades e citou a carreira de Estado, através de concurso
público nos municípios para fixar os profissionais.
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