Jornal do Commercio
A Bienal do Livro de Pernambuco não contará com os bônus para compra
de livros para professores do Governo do Estado em 2013. A disputa na
Justiça pelo direito de organizar a feira entre a Associação do Nordeste
das Distribuidoras e Editoras de Livros (Andelivros) e a produtora Cia
de Eventos levou à decisão da Secretaria Estadual de Cultura a pouco
dias da realização dos eventos. Cada uma das entidades reivindica para
si o direito de realizar Bienal.
Em entrevista ao JC, o secretário de Educação
Ricardo Dantas alegou que a decisão se dá por conta da “insegurança
jurídica” que cerca a realização da feira. “A parceria sempre foi com a
Andelivros, a contratante da Cia de Eventos. Neste ano, fomos procurados
pelas duas partes. A Cia de Eventos reservou o espaço do Centro de
Convenções e se ‘apropriou’, por assim dizer, da marca da Bienal. Eu e
minha equipe fizemos reuniões para buscar o consenso entre as entidades,
mas, infelizmente, elas não chegaram a um acordo e a briga judicial
continua”, disse Dantas. “Então, não haverá a parceria (dos bônus para
professores) nem com a Andelivros, nem com a Cia de Eventos”, afirmou.
O secretário ainda revelou que não sabe qual vai ser a destinação do
dinheiro que estava reservado para os bônus dos professores – que podem
comprar livros para sua formação com o repasse – e nem se o valor
poderia ser utilizado em outro evento literário. Segundo a Andelivros, o
valor pleiteado pela Cia de Eventos era de R$ 8 milhões “A decisão
acabou de ser tomada”, ressaltou Dantas. “O remanejamento de orçamento,
no entanto, é algo normal e faz parte do cotidiano”.
Sobre o fato, a Cia de Eventos afirmou, através de assessores, que o
Governo do Estado precisa explicar aos professores, e não às entidades,
porque os docentes estaduais não receberão os bônus educativos. A
empresa considera que o repasse para compra de livros, iniciado em 2001,
é uma “política pública” que independe de governos e visa capacitar o
meio educacional, mais do que promover uma feira ou os livreiros.
Além disso, para a empresa, o litígio judicial é uma “falsa questão”,
pois a Justiça já se pronunciou favoravelmente à Cia de Eventos duas
vezes. Eles ainda afirmaram que a Bienal da Andelivros não existe de
fato, pois, a menos de 20 dias da data, ela não tem sido promovida e não
tem uma programação definida e, portanto, o dinheiro dos bônus só foi
negado à Cia de Eventos. O evento da empresa está previsto para entre 4 e
13 de outubro, no Chevrolet Hall.
Procurado pela reportagem, José Alventino Lima Filho, presidente da
Andelivros, disse que não iria se pronunciar sobre a questão e afirmou
que sua posição oficial estava presente na nota divulgada à imprensa
ontem. Nela, a associação garante que vai levar a questão às últimas
instâncias e reitera que o seu evento acontece entre 10 e 17 de
setembro, no Chevrolet Hall.
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