Agência Estado 
O Ministério da Educação (MEC) lança nesta quarta-feira (20) um 
programa de bolsas de formação para professores do ensino médio com o 
objetivo de melhorar essa fase do ensino. Seguindo o modelo do Pacto 
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), o projeto vai dar 
bolsas também aos orientadores das escolas, coordenadores regionais e 
das secretarias de Educação e docentes das universidades - responsáveis 
pela formação de profissionais. Também haverá desenvolvimento de 
material específico.
O projeto é uma ação do MEC com o Conselho Nacional de Secretários de 
Educação (Consed), que discutem a reforma da etapa desde o ano passado. 
Hoje, 86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais.
A pasta já anunciou criação de 30 mil bolsas para alunos do ensino médio
 que queiram ser professores de matemática, física, química e biologia. O
 MEC e o Consed também articulam a mudança da base curricular para áreas
 (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), como
 é o Enem.
Os detalhes sobre o número de bolsas e orçamento serão apresentados hoje
 em Brasília. No Pnaic, cuja meta é alfabetizar as crianças até os 8 
anos, a previsão é gastar R$ 2,7 bilhões até o ano que vem. Professores 
alfabetizadores recebem bolsas de R$ 200, mas os pagamentos aumentam 
dependendo da função. O País tem 8 milhões de alunos na fase de 
alfabetização.
Já no ensino médio, são cerca de 5,5 milhões matrículas - o que 
representa 52% dos jovens entre 15 a 17 anos. Outros 25% dos 
adolescentes nessa faixa etária estão atrasados. Mais de 1,5 milhão de 
adolescentes dessa idade estão fora da escola. Além disso, o Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio estagnou em 
2011 - nos anos iniciais, o indicador havia mostrou crescimento.
Para a diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação é 
necessária, mas uma reforma é essencial. “O modelo de 13 disciplinas, 
igual para todos, está comprovadamente equivocado. Não responde ao mundo
 atual e ao jovem”, diz ela, que participou dos debates na Câmara dos 
Deputados sobre alteração da organização dos currículos do ensino médio.
 Além de indicar novo desenho da grade, o relatório preliminar aponta 
para criação de escolas vocacionadas para determinadas áreas e ênfase na
 formação profissional.
 
 
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