Cristiana Lôbo
A senadora Marina Silva deve anunciar hoje às 15 horas seu destino
partidário: o PSB que tem como presidente o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, até aqui apontado pelo partido como pré-candidato à
presidência da República. A aliança dos dois , que está sendo chamada de
“coligação democrática” deve provocar grande impacto na disputa
presidencial do ano que vem. “É o fato político mais importante dos
últimos dez anos, depois da eleição de Lula presidente”, disse um dos
artífices das conversas.
A idéia discutida ao longo desta madrugada foi a de abrir espaço no
PSB para a filiação de Marina e de todos os dirigentes da Rede
Sustentabilidade, o partido que Marina organiza, mas que não foi
oficializado pelo TSE. Mais adiante, o partido indicaria quem será o
candidato à presidência. Eduardo Campos saiu de Recife nesta madrugada
para se encontrar com Marina Silva em Brasília. Segundo participantes
das conversas, seria feita uma “coligação programática” para ser a
referência dessa aliança – tal como acontecia no passado quando
militantes de partidos não registrados por conta do regime faziam outra
opção partidária. Nesta aliança, estariam princípios programáticos do
Rede Sustentabilidade e do PSB, para abrigar os novos filiados.
Nas pesquisas eleitorais, Marina está em segundo lugar nas intenções
de voto, tendo chegado a aparecer com 22%; e Eduardo Campos em quarto
lugar, variando em torno de 5%. A união dos dois seria emblemática até
em função do périplo que Eduardo fez ao longo deste ano no meio
empresarial – onde Marina tem trâniso em apenas alguns segmentos. Ao
mesmo tempo, Marina se comunica bem com a juventude e tem o discurso de
fazer a “nova política”, quebrando a polarização entre PT e PSDB que
dominou as disputas brasileiras nas últimas cinco disputas – o que
combina com a aliança com Eduardo Campos.
- É um ataque nuclear em cima do que está aí – disse um entusiasta da idéia.
Se vingar a parceria, Marina e Eduardo Campos não vão falar em nomes
para a disputa do ano que vem.
Até aqui, Eduardo Campos tem dito que seu
partido só vai escolher o candidato em 2014 – portanto, seria
compatível com a situação de hoje com dois nomes para a disputa. E
Marina pode repetir que sua candidatura ainda está em discussão.
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