Diário de Pernambuco
Será sepultada às 15h desta quinta-feira, no Cemitério de Santa
Marta, município de Bom Conselho, a professora
Alexandra Machado, de 33 anos. Ela foi morta na frente de uma criança de
um ano de idade depois de ser feita refém por assaltantes. A cidade
está de luto e as aulas foram suspensas em toda a rede pública municipal
de ensino.
O crime aconteceu nesta quarta-feira, perto do
meio-dia. Cumprindo uma rotina comum a qualquer mãe, chegava à escola
onde a filha estuda para buscá-la e levá-la para almoçar. Antes mesmo
que pudesse se encontrar com a menina, foi rendida por um bandido e
terminou sendo vítima de um dos mais covardes crimes que já viram os
moradores de Bom Conselho, a 287 km do Recife, em um dia de terror que
parou a cidade.
Alexandra virou refém de um dos dois assaltantes
que fugiam da polícia após invadir a agência local dos Correios.
Obrigada a dirigir seu carro em direção à zona rural, foi assassinada a
tiros durante o percurso e teve seu corpo abandonado ao lado de uma
criança de um ano também feita refém. O menino, tomado dos braços de um
transeunte para virar o escudo humano do bandido, foi encontrado em
estado de choque dentro do veículo, mas já está de volta à sua família.
As polícias Federal, Militar e Civil procuram os responsáveis pelo dia
de terror na cidade de 45 mil habitantes, que parou em meio à
perseguição policial e notícias, ora certas ora desencontradas, da
localização dos criminosos.
Segundo o agente da Delegacia de Bom
Conselho Bruno Almeida, o assalto aos Correios aconteceu por volta das
11h30, quando dois homens armados de pistolas renderam funcionários e
levaram uma quantia de dinheiro não revelada. Após a investida, trocaram
tiros com policiais militares chamados a atender a ocorrência. Um dos
homens desapareceu em uma mata e o outro rendeu e matou Alexandra. Em
seguida, apontou sua arma para um agricultor, tomou sua moto e continuou
fugindo. A moto foi encontrada a cerca de um quilômetro.
Ontem à
tarde, os funcionários dos Correios prestaram depoimento à polícia. De
acordo com o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro, uma equipe
com 16 policiais federais de Pernambuco e agentes de Alagoas estão
empenhados nas diligências, que têm apoio da PM e da Civil. “Os
policiais já colheram algumas impressões digitais no local do assalto,
que serão enviadas para a perícia. A agência não tem circuito interno de
câmeras. Vamos tentar pegar as imagens de um banco próximo para ver se
foram feitos registros dos suspeitos. O inquérito será conduzido pela
Polícia Federal”.
Manchas de sangue
O
blogueiro local Emmanuel Leonel, que postou na internet informações
sobre o crime ao longo do dia de ontem, ressaltou que Alexandra foi
surpreendida. “A professora não chegou nem a encontrar a filha. Foi
rendida por um dos ladrões quando chegando à escola. Na mata por onde o
outro homem fugiu, a polícia encontrou manchas de sangue pelo chão que
podem ser dele”, frisou. Segundo ele, os ladrões levaram o dinheiro que
estava nos guichês dos Correios, mas não pegaram os valores guardados no
cofre.
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