Folha de Pernambuco
Um dos centros acadêmicos pioneiros do Interior do Estado está
sofrendo com a falta de alunos. Há 40 anos, a Autarquia de Ensino
Superior de Arcoverde (AESACESA) atua na formação de professores e já
chegou a atender 58municípios de quatro estados. Esse número reduziu e,
atualmente, a instituição possui pouco mais de mil alunos, de
29municípios, todos de Pernambuco.
Apesar da decrescente demanda, a Autarquia nunca deixou de formar
turmas, mas, pela primeira vez, pode ser que isso não aconteça. No
último vestibular, realizado no domingo passado, com exceção do curso de
Matemática, todos os outros sete não chegaram a preencher o número de
vagas ofertadas. Para tentar contornar o problema, a administração da
faculdade vai remanejar os estudantes que não conseguiram classificação
para o curso escolhido e que escolheram como segunda opção os cursos com
demanda reduzida.
De acordo como presidente da unidade de ensino, Eduardo Lefosse, a
inadimplência desencadeou uma série de malefícios. Entre eles, um
desempenho tímido no último Enade, a nota 2, considerada insatisfatória
para o Índice Geral de Cursos. “A inadimplência impediu uma série de
investimentos necessários, principalmente na modernização da
infraestrutura, logo no período que a região recebia novas
instituições”, explicou.
A Autarquia é uma entidade pública autossuficiente, mas que é
administrada pela prefeitura municipal. Dos oito cursos ofertados, sete
são de licenciatura, a exceção é o curso de Enfermagem. O presidente da
AESA-CESA acredita que o interesse por seguir a profissão de professor
diminuiu significativamente. “A falta de investimento no segmento tem
afastado as pessoas. Ninguém quer mais viver com um salário e a carga
horária de um professor”, declarou Lefosse.
Os investimentos agora se concentraram em meios de atrair estudantes
interessados em licenciatura e que saem da região para cursa em outros
lugares. A pluralização de instituições educacionais mais modernas,
maiores e de mais visibilidade na região tem abocanhado grande parcela
dos futuros universitários. “Sou de Arcoverde, mas optei por estudar
numa faculdade de Caruaru porque acredito que lá tenha mais campo, até
mesmo para estágios”, relatou a estudante de Educação Física, Paula
Pacheco.
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