IARA BIDERMAN - Folha de SP
Pessoas que consomem licopeno, selênio, luteína, teobromina e vitamina C
em maior quantidade do que outras dormem melhor que essas últimas,
concluiu uma nova pesquisa sobre dieta e sono, da Universidade da
Pensilvânia. Mas os pesquisadores não sabem o que é causa ou efeito.
O estudo dá pistas, observa o psiquiatra e especialista em medicina do sono Maurício Viotti Daker, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Falta comprovar se a falta dessas substâncias faz a pessoa dormir menos.
Para o psiquiatra Alberto Remessar, que dirige uma clínica de distúrbios do sono em São José dos Campos, é preciso descobrir quais nutrientes têm influência real.
GORDURA E AÇÚCAR
Pesquisas anteriores já mostraram que quem dorme pouco tende a comer mais coisas gordurosas, açucaradas e calóricas. "A privação de sono ativa circuitos cerebrais que fazem a pessoa procurar esse tipo de alimento", diz a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono de São Paulo, ligado à Unifesp.
Os centros de sono no cérebro, que ficam na região do hipotálamo, estão próximos dos centros ligados ao apetite, explica a neurologista.
Chocolate é rico em teobromina, um dos ingredientes apontados na pesquisa como facilitador do sono.
Causa surpresa, porque é uma substância estimulante, também encontrada em chás e café.
"A teobromina aumenta a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados ao prazer e ao bem-estar", diz a nutricionista Daniela Jobst, do Centro de Brasileiro de Nutrição Funcional.
Esses neurotransmissores agem na produção de melatonina, o hormônio do sono, segundo a explicação da nutricionista e bioquíma Lucyanna Kalluf, de São Paulo.
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