segunda-feira, 18 de março de 2013

CASOS DE DOÊNÇA DE MORMO PÕEM CRIADORES EM ALERTA

A morte de uma égua de 11 anos em Pes­queira, no Agreste, acendeu a luz amarela dos criadores de mamíferos do Estado. O animal sacrificado, no mês passado, foi vítima de uma enfermidade conhecida como doença do mormo. A moléstia infecto-contagiosa que acomete, principalmente, equídeos é provocada pela ação da bactéria Burkholderia Mallei. Ela também pode atacar outros animais como cachorro, gato, bode e até os seres humanos. Por não ter vacina e nem tratamento, a recomendação médica veterinária é o sacrifício. O registro de casos prejudica o Estado e deixa mais longe a meta de voltar a ser um exportador de cavalos.

Dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) revelam que, no ano passado, foram 12 casos de animais infectados com a doença de mormo. Este ano, dois cavalos, um em Vitória de Santo Antão e outro em Pombos, estão sob suspeita. Atualmente no Brasil, Alagoas, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhão, Sergipe, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Acre e Amazonas também já registraram casos de infecção nestes três primeiros meses.

“São áreas de clima úmido e com altos índices pluviométricos, o que favorece o aparecimento e fortalecimento da bactéria. No nosso caso, boa parte dos cavalos doentes está entre aqueles que trabalham de oito a dez horas por dia e mal se alimentam. Fracos não conseguem resistir ao micro-organismo”, explicou o coordenador estadual do Programa de Sanidade dos Equídeos, Marcelo Brasil.

A transmissão da doença de mormo se dá através do contato com secreções ou fluidos dos animais doentes, como pús, urina, secreção nasal e fezes. A bactéria pode penetrar no organismo pelas vias digestiva, respiratória, genital ou cutânea, se tiver alguma lesão, caindo na circulação sanguínea e indo se alojar em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. “Quando indentificamos um cavalo doente, o isolamos de todos os outros animais. Todos que tiveram contato passam por exames de sangue. Os que apresentarem resultados positivos são sacrificados”, contou Brasil.

PREVENÇÃO

Para evitar a proliferação de casos, o Estado tem intensificado as ações do Programa de Sanidade dos Equídeos. Além de fazer o mapeamento de todos os cavalos e éguas que estão em Pernambuco - a estimativa é que existam pelo menos 350 mil desses animais -, a Adagro tem realizado o cadastro das propriedades, o controle em eventos pecuários, exigindo exames comprobatórios e também a fiscalização nas estradas. “É preciso evitar o trânsito clandestino dos equídeos, só assim teremos um maior controle sobre a doença”, disse o coordenador.

Marcelo Brasil alertou que os criadores que perceberem algum sintoma como fraqueza e secreção nasal em seus animais devem procurar um dos 11 escritórios regionais da Adagro, qualquer um dos 46 escritórios locais ou ainda os mais de 130 pontos de atendimento da agência espalhados pelo Estado. “O exame é gratuito e fica pronto dentro de oito ou dez dias”, disse. “Queremos, em menos de dez anos, erradicar essa doença do nosso Estado. Para isso contamos com a ajuda dos criadores”, completou o coordenador.

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