Foto: Cristiane Cardoso/G1 |
Depois de dois velórios, o corpo do cantor Emílio Santiago foi sepultado, por volta do meio-dia desta quinta-feira (21), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. O artista morreu aos 66 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), depois de 13 dias internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul. O corpo de Emílio foi colocado ao lado da sepultura de sua mãe, no jazigo da família.
Antes do sepultamento, fãs, amigos e parentes fizeram um segundo velório, que durou cerca de uma hora, na capela do cemitério. No local foi colocado um telão, que exibiu fotos do cantor. Ao final da cerimônia, o público bateu palmas, cantou hinos religiosos e a canção de maior sucesso do artista, "Saigon".
Mais cedo, foi realizada uma missa na Câmara de Vereadores, onde o corpo foi velado por dois dias. Na manhã desta quinta, o padre Jorge André, da Igreja Nossa Senhora da Conceição Imaculada, celebrou uma missa e destacou que a voz do cantor só perdia para a de Cauby Peixoto e que o palco era sua vida.
No saguão da Câmara, inúmeras coroas de flores de amigos, como o cantor e compositor Gilberto Gil e do cantor Agnaldo Timóteo, tomaram conta do espaço. Um homem que disse ser filho de Emílio Santiago foi ao velório e afirmou que vai pedir exame de DNA para comprovar a paternidade.
Vencedor de diversos festivais de música, Emílio iniciou a carreira na década de 70 e gravou grandes sucessos como "Saigon", "Lembra de mim" e "Verdade chinesa". O último disco do cantor foi "Só danço samba (ao vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD.
Paixão pela música
Emílio Santiago nasceu em 1946 na cidade do Rio. Formou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, mas a paixão pela música fez com que ele iniciasse sua carreira participando de diversos festivais de música, sendo vencedor de muitos deles. "Transas de amor", seu primeiro compacto, saiu em 1973. A estreia em um álbum cheio aconteceu dois anos mais tarde. Autointitulado, o trabalho trazia interpretações de canções de nomes como Ivan Lins, Gilberto Gil, Nelson Cavaquinho e Jorge Ben.
Conhecido pelo tom de voz ao mesmo tempo grave e suave, o cantor apresentou diferentes gêneros durante sua carreira, mas esteve especialmente voltado para a música romântica, a MPB e o samba. Em 1988, lançou "Aquarela brasileira", o primeiro disco da série criada por Roberto Menescal e Heleno Oliveira. O álbum trouxe a releitura de 20 clássicos da música brasileira, como "Sampa" (Caetano Veloso), "Anos dourados" (Chico Buarque e Tom Jobim) e "Eu sei que vou te amar" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes).
Seu último disco saiu em 2012, uma versão ao vivo de "Só danço samba", de 2010 – que, por sua vez, foi o primeiro trabalho do selo Santiago Music. O álbum é uma homenagem ao "rei dos bailes" Ed Lincoln, trazendo canções que fizeram sucesso nos clubes do Rio de Janeiro nos anos 60, além de músicas atuais de artistas como Mart'nália, Jorge Aragão e Dona Ivone Lara. Ao todo, sua discografia conta com 30 álbuns e 4 DVDs.
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