O Rio Ipojuca, um dos principais
cursos d’água de Pernambuco, será recuperado. Foi assinado, ontem (7), pelo governador Eduardo Campos e a representante do
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Daniela Carrera Marquis,
um contrato de empréstimo para o financiamento do Programa de Saneamento
Ambiental da bacia do rio (PSA-Ipojuca). Serão, ao todo, R$ 757
milhões, sendo R$ 298 milhões de contrapartida do Estado. Do total, 90%
dos recursos serão utilizados na implantação de sistemas de esgotamentos
sanitários em 12 cidades às margens do rio. “Um projeto como esse leva
de um ano e meio a dois para emplacar. São reuniões, estudos e
aprovações em instâncias federais. É penoso, mas vale a pena, porque o
Estado precisa buscar recursos e investimentos”, comentou o secretário
de Recursos Hídricos e Energéticos, Almir Cirilo.
O programa tem previsão para ser
executado em seis anos, de agosto de 2013 a julho de 2019. A iniciativa
tem como eixos de atuação a melhoria da infraestrutura de saneamento, a
sustentabilidade ambiental e social e o fortalecimento institucional da
Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Serão ações voltadas à
preservação e proteção ambiental, como a recuperação de matas ciliares
ao longo do rio e dos reservatórios existentes na bacia e investimentos
na melhoria nas redes de monitoramento de qualidade da água. Já no eixo
voltado ao fortalecimento institucional, estão ações como a gestão
ambiental e a manutenção preventiva dos sistemas de água e esgoto. “São
décadas de agressão, poluição e de cidades engolindo os rios. Não
podemos mais conviver com isso”, destacou Almir.
O Ipojuca tem 320 quilômetros de
extensão e sua bacia hidrográfica ocupa uma área total de 3.435 km².
Ele
nasce no Sertão, no município de Arcoverde, cortando todo o Agreste,
até chegar à cidade de Ipojuca, perto da praia de Porto de Galinhas.
Atualmente, é considerado um dos três mais poluídos do Brasil, segundo o
IBGE. Estudos recentes mostraram que além de sofrer com os efluentes
industriais e agroindustriais, os esgotos domésticos são a principal
fonte de contaminação do corpo hídrico, respondendo por 67% da carga
poluidora.
“O Agreste, onde está a maior extensão
do Rio Ipojuca, é a área de pior balanço hídrico do Brasil. Temos 27%
dos pernambucanos morando ali. Precisamos não só fazer as obras de
abastecimento de água, mas sobretudo cuidar do mais importante rio para
aquela região”, afirmou Eduardo Campos.
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