FolhaPE
Acusados de crimes contra as relações de consumo e contra a economia
popular, Henrique Maciel de Lima, de 26 anos, e sua esposa Mirele
Pacheco de Freitas,22, são apontados como os comandantes da empresa
pernambucana Priples, fundada em abril deste ano. A organização chegou a
movimentar cerca de R$ 107 milhões, atingindo uma marca que ultrapassa
200 mil investidores cadastrados e tinha um saldo de mais de R$ 70
milhões na conta bancária. O casal segue preso no Centro de Observação e
Triagem (Cotel) e na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor,
respectivamente, enquanto aguarda julgamento.
No último sábado (03), após os dois serem surpreendidos na própria casa,
localizada no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, foram
apreendidos cerca de 300 mil dólares e três carros de luxo, sendo duas
Range Rover e um Camaro, além de um quadriciclo. O delegado Carlos
Couto, responsável pela investigação, suspeita que o patrimônio da
empresa seja ainda maior, incluindo imóveis e até aeronaves, sendo alvo
de levantamento. O inquérito policial deve ser concluído nos próximos
dez dias.
Foram realizados seis pedidos à Justiça, que concederam mandados de
busca e apreensão, prisão preventiva, quebra de sigilo de dados e
bancário, além de indisponibilidade do patrimônio líquido da empresa e
arresto e sequestro dos bens adquiridos com dinheiro da mesma. Com este
último pedido, ficam bloqueados os imóveis, automóveis e equipamentos
das sedes da empresa, que contava com aproximadamente 60 funcionários. A
prisão preventiva foi concedida para evitar a continuidade da rede.
Além dos donos, os participantes do esquema também poderão responder ao
inquérito. A medida se justifica pela atuação dos investidores em
influenciar novas pessoas a se unirem ao grupo, sem esclarecê-las sobre
os riscos. Segundo a Polícia, os casos serão analisados em caráter
individual. Há também a possibilidade de envolvimento de crianças e
adolescentes com investimentos realizados.
A Priples atuava sob o registro de agência de publicidade digital e
pagava impostos, o que era usado como álibe, mas a prática era da área
financeira, na qual não havia autorização do Banco Central. A empresa
vinha sendo investigada desde junho, quando os primeiros participantes
passaram a ter problemas com o recebimento dos valores prometidos.
Dificilmente, os investidores reaverão o dinheiro aplicado em sua
totalidade. Isso será apurado pela Justiça. A previsão é de que os bens
da empresa sejam diluídos para o pagamento dos investidores lesados.
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