Jornal do Commercio
O número de vagas abertas pelo aguardado concurso da Assembleia
Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) não deve ultrapassar o
patamar de 140. Esse é o número aproximado de cargos comissionados que
ainda restam na casa após as seguidas exonerações de junho e julho. Com
os cortes, as vagas foram perdidas, são consideradas mortas. “O processo
é de substituição. Então, para entrar um efetivo agora, é preciso que
saia um comissionado”, explicou o deputado André Campos (PT), componente
da mesa diretora da Alepe como 2º vice-presidente. A previsão é que a
seleção seja lançada até o fim do mês.
Os aprovados irão atuar
nas 16 comissões permanentes da casa, e não nos gabinetes. A ideia é que
cada gabinete fique com 26 servidores. Alguns deputados, antes dos
cortes, chegaram a ter mais de 40. Apesar das recentes mudanças, a verba
dos gabinetes continua a mesma, de R$ 79 mil. Como a verba é móvel,
cada parlamentar decide de que maneira utilizá-la. Na prática, alguns
comissionados que ficaram estão recebendo aumento.
Os cargos da
nova seleção ainda serão definidos, mas o concurso irá abranger nível
médio e superior, em funções como auxiliar administrativo, médico e
jornalista – para citar apenas alguns exemplos. Campos comentou que o
maior número de oportunidades está sendo aguardado para o setor de
informática, hoje bastante defasado. O último concurso do Poder
Legislativo estadual foi realizado em 1998.
Os aprovados também
não devem ser chamados de uma vez. Parte será convocada a assumir em
2014 e parte, em 2015. O motivo principal é o respeito à Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece, em regime nacional,
parâmetros a serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente
federativo (Estados e municípios). Além disso, não há, por enquanto,
previsão para formação de cadastro de reserva.
A modalidade de
contratação da empresa responsável por organizar a seleção é um dos
pontos mais polêmicos do concurso. A Alepe solicitou opinião da
procuradoria para definir se o processo será por meio de licitação,
dispensa de licitação, tomada de preço, carta-convite, pregão ou adesão a
registro de preço. “Esse ponto é uma questão de risco, principalmente
numa casa política”, ponderou Campos. O receio é que, por meio de uma
licitação, escolha-se a empresa pelo critério de menor preço e isso
coloque em xeque a qualidade e a honestidade do serviço.
A mesa
diretora da Alepe se reuniu na manhã dessa quarta-feira para começar a
definir os detalhes do certame, desde o preenchimento de vagas até a
definição de como se dará a contratação da empresa organizadora da
seleção. Cada membro da mesa recebeu uma cópia do relatório elaborado
por solicitação da comissão especial de concurso. A previsão é que haja
um novo encontro para discutir propostas e mudanças no material na
próxima segunda-feira (12).
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