Agência Estado
O Senado aprovou na noite desta terça-feira (28), no plenário, o
projeto de lei que amplia o poder dos delegados de polícia ao regular as
investigações conduzida por eles. O texto aprovado dificulta a
possibilidade de afastamento do profissional do inquérito e o equipara a
integrantes do Ministério Público, diminuindo os poderes dessa
instituição. Para começar a valer, as novas regras precisam ainda passar
pela sanção da presidente Dilma Rousseff.
Segundo o relator, o senador Humberto Costa (PT-PE), a matéria visa a
"garantir autonomia aos profissionais na apuração dos crimes". Ele
rejeitou todas as emendas apresentadas após a aprovação na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), há cerca de um mês, mas acrescentou uma
emenda de redação que permite aos delegados serem chamados de "vossa
excelência".
Ex-procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou o
projeto e destacou como uma preocupação principal o fato de que a
proposta desobrigue delegados de cumprir determinações do Ministério
Público, já que o texto determina que o "delegado de polícia conduzirá a
investigação criminal de acordo com seu livre convencimento". O
relator, contudo, rebateu a afirmação e afirmou que os delegados não
ficam desobrigados de cumprir ordens do MP.
Além disso, Taques destacou o fato de a matéria determinar que os
delegados devem conduzir as investigações com "imparcialidade". "Não há
partes em inquéritos. Falar em imparcialidade do delegado é reduzir a
função do inquérito. Se permitirmos que o delegado tenha imparcialidade,
nesses termos, permitiremos ao delegado fazer apenas a defesa e evitar,
por exemplo, receber advogados".
O projeto não permite que delegados da Polícia Federal e das polícias
civis estaduais sejam retirados de uma investigação, a não ser que
tenham cometido alguma ilegalidade, exigindo do superior hierárquico um
"despacho fundamentado" por motivo de interesse público ou se não foram
cumpridos procedimentos que prejudiquem a investigação. A proposta ainda
transforma delegados em presidentes de inquéritos, o que causa incômodo
a procuradores e agentes da PF.
O texto extingue o poder de outras autoridades policiais de fazer termos
circunstanciados, exigindo que todos passem por um delegado. Significa
que coisas triviais, como discussão por um acidente sem vítimas, em vez
de ser levado diretamente à Justiça, teriam que esperar pela análise de
um delegado.
Delegado já era dono do mundo e agora ave Maria!!!
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