terça-feira, 28 de maio de 2013

AMADO BATISTA DEFENDE TORTURA SOFRIDA

Folha de Pernambuco

Entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, no SBT, na madrugada de ontem, o cantor Amado Batista comparou a tortura que sofreu durante a ditadura militar a um “castigo de criança” e disse ainda que não achou errada a postura dos repressores em tê-lo torturado. “Eu acho que quando uma criança cospe na sua cara, chuta sua canela, o que o pai deve fazer? Não deve corrigir? Então, eu estava fazendo a mesma coisa, que não era uma coisa correta”, afirmou.

Em seguida, o cantor disse que considerou a tortura um bom corretivo. Amado Batista afirmou ter sido torturado porque, na época, trabalhava em uma livraria e permitia que professores procurados pelos militares lessem livros proibidos naquele período. O cantor contou na entrevista que tomou choque e foi ameaçado de morte. “Eu acho que eu não tinha de estar contra, brigando contra o governo. O governo estava nos defendendo de pessoas que estavam querendo tomar o País à força, com armas nas mãos”.

A resposta do cantor causou espanto em Marília Gabriela. “Você está louco, Amado?”, disse a apresentadora. “Você está louco. Você saiu perdido, sofreu tortura física...”. “Mas eu estava errado”, respondeu. “Eu acho que estava errado. Eu estava acobertando talvez pessoas que estavam querendo tomar esse País à força”, reforçou o cantor. Amado declarou que não vai acionar a Comissão da Verdade, instaurada desde abril do ano passado para investigar os casos de repressão na ditadura militar, para tentar encontrar quem o torturou. O cantor foi procurado pela reportagem, mas não se pronunciou sobre suas declarações.

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