Folha de Pernambuco
Ano passado foi celebrado o centenário de nascimento do cantor e
compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989). Um ano depois o
mercado cultural continua refletindo sobre a importância do Rei do
Baião; o livro “Na Batida do Baião, no Balanço do Forró: Zedantas e
Luiz Gonzaga”, de Mundicarmo Ferretti, que será lançado nesta
quinta-feira (16), é outra reflexão sobre a importância do Velho Lua
para a música nacional - além de comentar a parceria musical com
Zedantas. O lançamento é às 18h, no Museu do Homem do Nordeste, no Recife.
A autora é fã de Gonzagão desde criança, e esse fascínio incentivou o
estudo acadêmico sobre o cantor. “Escuto músicas de Luiz Gonzaga desde a
infância, nos anos 1950”, lembra Mundicarmo. “Eu morava em Teresina.
Meu pai tinha uma vitrola e comprava disquinhos de 43 ou 78 rotações, na
feira. No meu bairro tocavam as músicas dele muitas vezes, colocavam as
canções nos alto falantes. Depois morei no Maranhão, e lá, também, as
rádios locais tocavam obras dele”, comenta.
Esse interesse pela música do cantor pernambucano amadureceu e, anos
depois, tornou-se estímulo para pesquisar a produção musical de
Gonzagão. “Fiz mestrado no Rio Grande do Norte e fiquei surpresa com o
grande interesse pela música dele nas casas de forró, lojas, rádios e
na rua. Foi então que decidi estudar o contexto em que Gonzaga produziu,
abordando a produção da discografia, analisando as letras, as temáticas
predominantes e a representação do Nordeste”, explica Mundicarmo.
Para refletir sobre a permanência da obra de Luiz Gonzaga na cultura
brasileira, a aceitação do público e a importância da parceria com
Zedantas, a autora fez extensa pesquisa. “Comecei pesquisando o contexto
da época, depois encontrei muito material sobre Gonzaga e contei com o
apoio da família Dantas. Pude ter acesso a esse material, entrevistar
a família. Destaco a importância de Dantas como um músico que
passava mensagens sociais em suas composições”, destaca a autora.
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