quarta-feira, 8 de maio de 2013

MINISTÉRIO PÚBLICO FAZ OPERAÇÃO CONTRA ADULTERAÇÃO DE LEITE




O Ministério Público do Rio Grande do Sul faz na manhã desta quarta-feira (8) uma operação contra a adulteração de leite no estado. De acordo com a investigação, para aumentar o lucro, os fraudadores misturavam água e até ureia ao leite. Cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. São cumpridos nove mandados de prisão nesta manhã. Foram pedidos 10 mandados, mas um foi negado pela Justiça. A força-tarefa também reúne a Receita Estadual, além de policiais civis e militares.

Conforme o MP, a simples adição de água com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final.
As ordens de prisão estão sendo cumpridas ao mesmo tempo em três regiões do Rio Grande do Sul: em Horizontina, no Noroeste, em Ibirubá, no Norte, e em Guaporé, na Serra. O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. A investigação começou depois de uma denúncia ao Ministério da Agricultura.

A investigação apontou que a fraude ocorria no meio do caminho, entre o produtor e a indústria, nos chamados postos de resfriamento, para onde o leite é levado e armazenado antes de ser industrializado. Após a descoberta do esquema, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento de lotes de quatro marcas nas prateleiras dos supermercados: Latvida, Italac, Líder e Mumu.

A investigação mostra que as indústrias não sabiam da fraude. No entanto, segundo o MP, teriam falhado ao não detectar o esquema no controle de qualidade. A orientação dos promotores é que os consumidores deixem de consumir o leite de lotes específicos de fabricação.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Pagliarini, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que recebeu informações sobre a adulteração ainda em janeiro, e informou ao Ministério da Agricultura.

"As empresas são vítimas desse processo. O sindicato tentou agir para coibir essa fraude. Já foi feito o recall desses produtos, e não existem mais os lotes nos supermercados. Quanto à quantidade de formol, nem o ministério tem a resposta", disse Pagliarini.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da marca Líder às 9h e foi informado que a empresa está analisando as informações da operação e vai se pronunciar mais tarde. A Vonpar, que produz o leite Mumu, se manifestará por meio de sua assessoria. Por volta das 9h40, a Italac avisou que se manifestará através de uma nota. Até o mesmo horário o site não tinha conseguido contato com a Latvida.
 
Confira os lotes não recomendados para consumo pelo Ministério Público
 
Leite Líder - UHT Integral

SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
Lote: TAP 1 MB
 
Leite Italac - UHT Integral

Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1
 
Leite Italac - UHT semidesnatado

Goiás Minas - SIF 1369
Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1
 
Leite Mumu - UHT Integral

Vonpar - SIF 1792
Fabricação: 18/01/13
Lote: 3 ARC
 
Leite Latvida - UHT Desnatado

VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 37/661
 
Leite Latvida - UHT Semidesnatado

VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 48/661
 
Leite Latvida - UHT Integral

VRS - Latvida - CISPOA 661
Registro: 36/661
Registro: 24/661


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